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    Livraria Cultura compra operação da Fnac no Brasil; empresa terá 30 lojas

    MAURÍCIO MEIRELES
    DE SÃO PAULO

    19/07/2017 13h09 - Atualizado às 14h25

    Adriano Vizoni - 8.jan.2010/Folhapress
    FSP - SAO PAULO, SP, BRASIL, 08-01-2010,16h00. FNAC PINHEIROS. A loja Fnac Pinheiros esta brigando com a prefeitura para que um canteiro da Rua Pedroso de Morais, ao lado da loja, seja demolido. (Foto: Adriano Vizoni/Folha Imagem) 3558 - COTIDIANO ***ESPECIAL P/ FSP***
    Fachada da loja Fnac Pinheiros, em São Paulo

    A Livraria Cultura anunciou, nesta quarta-feira (19), a compra da operação brasileira da Fnac. A notícia encerra por ora os boatos, que circulam há anos no mercado, de que a Cultura e a Saraiva preparavam uma fusão.

    A multinacional francesa tem 12 lojas em sete Estados. A rede brasileira, por sua vez, tem 18 livrarias no país.

    No comunicado da Fnac, empresa de capital aberto, a seus investidores no exterior, a rede afirma que sua marca será licenciada para a Cultura -o que sinaliza que as lojas manterão o mesmo nome.

    Em nota, a Livraria Cultura diz que a "união entre os dois grupos criará valores e sinergias, compartilhando culturas similares e o comprometimento com a promoção da cultura no Brasil e permitirá que a Livraria Cultura diversifique seus negócios adicionando novas linhas dos produtos e serviços."

    A notícia surpreende em razão da situação financeira da Cultura, a terceira no segmento livreiro. O mercado editorial faturou R$ 5,2 bilhões em 2016.

    A Saraiva, líder desse setor, se destaca por vender produtos diversos, como computadores e videogames. Sexta no ranking, a Fnac passou a privilegiar eletroeletrônicos em detrimento dos livros e pode preencher a lacuna da Cultura.

    Considerada por anos a melhor pagadora do mercado, desde 2016 a Cultura tem atrasado pagamentos aos editores -ou "renegociado", termo usado por sócios ao comentar o assunto em entrevistas.

    Recentemente, por exemplo, a livraria propôs a editores que as vendas feitas no primeiro semestre deste ano sejam pagas, parceladas, entre janeiro e dezembro de 2018.
    Como o mercado editorial trabalha com consignação, pagamentos em até 180 dias são comuns, além dos atrasos. A diferença é que não aconteciam antes com a Cultura.

    No ano passado, o fundo de investimentos NEO deixou a sociedade com a livraria, que comprou os 25% de participação que os investidores tinham desde 2009, quando começou a expansão da rede com novas lojas.

    Procurada, a Livraria Cultura diz não comentar rumores de mercado.

    A Cultura pretende, com a compra, diversificar seus negócios "adicionando novas linhas dos produtos e serviços".

    Esse ponto do comunicado da empresa também chama a atenção. Nos últimos anos, os livros perderam cada vez mais espaço nas lojas da Fnac.

    A rede francesa, porém, continuava importante fonte de receitas para editoras de quadrinhos e obras no segmento infantojuvenil, em especial livros do mundo nerd.

    A compra da Fnac deve ser fechada nas próximas semanas. As cifras e os detalhes do negócio não foram divulgados.

    E-COMMERCE

    Outro sinal da mudança de estratégia é o fato de a Cultura ter passado a cuidar da operação de e-commerce da CNOVA, rede que reúne Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.

    As três lojas sempre venderam livros mais populares, como os de padres, saúde e autoajuda.

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