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    Hip-hop destrona rock e se torna gênero mais consumido nos EUA

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    23/07/2017 02h00

    Uma pesquisa divulgada pela Nielsen neste mês decreta o que as paradas internacionais indicam há tempos. O hip-hop passou a ser o gênero mais consumido pela primeira vez na história –ao menos da tradicional pesquisa.

    No balanço, porém, o gênero é combinado com o primo R&B, conquistando assim 25,1% do pacote de vendas de discos físicos, downloads e reproduções em streaming. O rock, que até então mantinha a supremacia, ficou logo atrás com 23% do volume.

    Kevin Winter/AFP
    O rapper canadense Drake, em show em maio em Las Vegas
    O rapper canadense Drake, em show em maio em Las Vegas

    Segundo a pesquisa, a virada no jogo se deu pela dominância do hip-hop nas plataformas de streaming, nas quais representa mais de 30% do consumo musical –praticamente as fatias do rock (16%) e do pop (13%) juntas.

    O relatório levou em conta dados coletados nos Estados Unidos para analisar o desempenho da indústria musical no primeiro semestre.

    Entre os artistas do gênero, Drake teve uma atuação ilustrativa dessa guinada na indústria musical. Com "More Life", o rapper canadense quebrou recorde de áudio por demanda em streaming com 385 milhões de reproduções em uma semana, superando o título que ele mesmo mantinha com o antecessor "Views".

    "DAMN.", de Kendrick Lamar, dominou como o álbum mais popular no país durante o período da pesquisa –entre 30 de dezembro de 2016 e 29 de junho deste ano–, tendo vendido o equivalente a 1,77 milhões de cópias (considerando venda de faixas digitais e reproduções por demanda).

    Os números evidenciam a crescente relevância do streaming. Um marco histórico foi atingido em março, quando as reproduções semanais no nas plataformas superaram 7 bilhões de execuções.

    Nos primeiros seis meses, foram registradas 184,3 bilhões de reproduções em serviços do tipo –um aumento de 62% em relação ao mesmo período do ano anterior.

    DESTAQUES

    O balanço aponta dados curiosos, como a consistência do rock nas vendas de álbuns físicos, com uma fatia de 42%, e o fracasso do country em adentrar as plataformas de streaming, onde responde por apenas 5,6% das reproduções.

    Além de evidenciar o estreitamento de laços entre artistas e fãs pelo uso inovador das redes sociais e aparições na mídia, o levantamento mostra o impacto de eventos do calendário americano na demanda por consumo musical.

    Um dos exemplos citados é a aparição de Lady Gaga no Superbowl, o que teria alavancado em 1.580% as vendas digitais de suas músicas.

    Em outra circunstância, o Grammy deste ano teria sido responsável por dobrar a procura pelas obras dos indicados. A abertura de Adele, com "Hello", aumentou em 300% a procura pela faixa em comparação com o dia anterior. Depois de vencer como melhor artista revelação, Chance the Rapper conquistou mais de 15 milhões de reproduções.

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