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    Instituto já presidido por diretor do Municipal leva edital para gerir espaço

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/07/2017 17h53

    Greg Salibian/Folhapress
    Cleber Papa no interior do Teatro Municipal em março de 2017
    Cleber Papa no interior do Teatro Municipal em março de 2017

    O ICO (Instituto Casa da Ópera) venceu concorrência pública para a gerência do Theatro Municipal, da Praça das Artes, dos corpos artísticos e outras instituições ligadas à Fundação Theatro Muncipal, que concentra um dos orçamentos mais volumosos da Secretaria Municipal de Cultura.

    O resultado foi publicado no "Diário Oficial da Cidade de São Paulo" desta quarta (26). Também participou do processo de concorrência o Instituto Odeon.

    Qualificado pela prefeitura como OS (organização social), o vencedor do edital de chamamento tem conselho que já foi presidido por dois anos por Cleber Papa, atual diretor artístico do Theatro Muncipal.

    O vice-presidente do Instituto Casa da Ópera é Vagner Ernesto Gianetti, que administra uma microempresa de Papa.

    No site da prefeitura, o endereço do ICO é o mesmo da casa onde mora Papa –segundo ele, devido a um erro de cadastro.

    O endereço correto, porém, é o mesmo da Imagemdata, empresa da mulher de Papa, Rosana Caramaschi.

    Segundo o diretor artístico, as duas entidades operaram em salas diferentes no mesmo edifício.

    Análise do Tribunal de Contas do Município estima que a contratação do instituto movimente R$ 577,2 milhões, a serem utilizados nos próximos quatro anos.

    Essa conta considera, entre outras despesas, a folha de pagamento de funcionários da fundação.

    Papa afirma que não é mais ligado ao Instituto Casa de Ópera. Ele diz também que não é contratado como funcionário público, mas via CLT pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Gestão Cultural), atual OS à frente do Municipal.

    O contrato com o IBGC está sendo encerrado por decisão judicial após investigações no Ministério Público apontarem improbidades administrativas e desvio de recursos públicos, envolvendo antigos diretores, estimado em R$ 15 milhões.

    A Secretaria Municipal de Cultura diz que Papa não tem, no cargo de diretor artístico do Theatro Municipal, atribuições para influenciar em contratações e procedimentos administrativos dessa natureza. "Papa tampouco atuou no julgamento do chamamento", informou a pasta, em nota.

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