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    CRÍTICA

    Com personagens pueris e sem carisma, '7 Desejos' é um calvário

    ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    27/07/2017 01h00

    Divulgação
    Joey King, Alice Lee e Ki Hong Lee em cena do filme '7 Desejos'
    Joey King, Alice Lee e Ki Hong Lee em cena do filme '7 Desejos'

    7 DESEJOS (ruim)
    (Wish Upon)
    DIREÇÃO John R. Leonetti
    ELENCO Joey King, Sherilyn Fenn, Ryan Philippe, Shannon Purser
    PRODUÇÃO EUA, 2017, 14 anos
    Veja salas e horários de exibição

    *

    Tema tratado à exaustão pela literatura e pelo cinema, a realização dos desejos é o que move este filme de baixo orçamento que se pretende de terror. Aqui, nada de fadas ou gênios da lâmpada: os desejos são realizados por meio de uma misteriosa caixa de música que a jovem Clare (Joey King) ganha de presente do pai.

    A garota vive um inferno na escola, onde é atazanada sistematicamente pelos colegas porque o pai ganha a vida remexendo caçambas e latas de lixo. Assim, Clare não tarda a usar os poderes da caixa para ficar por cima.

    A partir dessas rivalidades adolescentes que degeneram em "bullying", o filme enfileira todos os estereótipos do "teen movie": das batalhas de popularidade pelas redes sociais ao garoto boa pinta pelo qual Clare é apaixonada, mas não dá bola para ela, passando pela melhor amiga gorda.

    Cada desejo é cumprido rapidamente: vingança, dinheiro, popularidade, namorado. O detalhe –que Clare demora a perceber– é que a caixa é demoníaca e exige pagamentos com sangue. Aí entram as tentativas de cultivar o suspense –apresentando a maior parte das efusões de hemoglobina fora de quadro ou enxertando uma suposta mitologia chinesa para explicar a malignidade da caixa– e instalar o terror.

    Os acontecimentos se precipitam de maneira maquinal, previsível, e o que se vê é uma enfadonha sucessão de sustos dignos de trem fantasma de parque de diversões. Tudo devidamente embalado por uma música sinistra, portas que rangem, flashes luminosos e muitos gritos.

    Por outro lado, a insensibilidade de Clare às terríveis consequências dos desejos que formula –colocando em perigo até pessoas das quais gosta, como o pai e as amigas– é digna de risos: transtornada pela morte de alguém, ela não hesita em formular um novo desejo na cena seguinte. A cena final também tem algo de humor involuntário.

    Sem originalidade, incapaz de criar a mínima tensão, desprovido do menor indício de cinismo ou humor negro e povoado por personagens pueris e sem carisma, "7 Desejos" é um calvário.

    Assista ao trailer de '7 Desejos'

    Assista ao trailer de '7 Desejos'

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