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    'Não é rixa, é uma discussão maior', diz Johnny Hooker após reprovar Ney

    MATEUS ARAÚJO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    30/07/2017 02h00

    Diego Ciarlariello/Divulgação
    Johnny Hooker, que apresenta seu novo álbum, 'Coração
    Johnny Hooker, que apresenta seu novo álbum, 'Coração'

    "Não é uma rixa entre artistas, mas parte de uma discussão muito maior", afirma o cantor Johnny Hooker. Na quinta-feira (20), ele gerou polêmica no Facebook ao comentar as declarações que Ney Matogrosso deu à Folha.

    Na entrevista, Matogrosso disse "que gay o caralho. Eu sou um ser humano", explicando não se considerar representante de minorias. A frase, segundo Johnny Hooker, incomodou-o porque ele não acha que a "sociedade veja as pessoas LGBT como seres humanos. Se as visse assim, não seríamos o país que mais mata LGBT no mundo."

    Na ocasião, Hooker escreveu em sua página: "É inconcebível ler a frase 'Que gay o caralho' [...] vinda de um artista cuja carreira em grande parcela se apoiou na bandeira da luta dessa comunidade, de seu próprio público. Um artista genial que perdeu o andar que o mundo tomou, ficou cristalizado, um cânone. O que um dia foi uma das maiores forças libertárias do país hoje se reduz a reproduzir o senso comum do 'fora todos'".

    "Acho triste a imprensa querer tornar isso uma rixa que não existe", diz agora, frisando sua "reverência à genialidade e importância revolucionária e libertária do trabalho de Ney".

    No domingo passado (23), Johnny Hooker lançou digitalmente seu novo trabalho, "Coração". O álbum reúne 11 músicas inéditas nas quais o cantor expurga as dores com samba, rock, axé e carimbó.

    O disco fala de relações de amor, incluindo a de dois homens que enfrentam preconceito, cantada em "Flutua" –dueto entre o recifense e Liniker. Com cabelo curto e unhas douradas, o cantor surge menos sombrio e mais pop. "É um Johnny maduro que expande a temática do CD anterior, que era entregue à tristeza."

    As seis primeiras canções falam da reconquista do amor próprio –como "Touro". Nela, Hooker faz referência ao apoio da família e dos amigos para cuidar de uma depressão iniciada em 2015.

    As outras são mais dançantes, uma delas tributo a Caetano Veloso e outra a David Bowie. O CD físico sai em agosto. O primeiro show de "Coração" será no Recife, dia 6, no Parque Dona Lindu. De lá, segue para o Rio (25/8) e São Paulo (26).

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    CORAÇÃO
    ARTISTA: Johnny Hooker
    DISTRIBUIDORA: Natura Musical
    ONDE: plataformas de streaming

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