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    Gravadora lança discos inéditos e quer colocar Ribeirão Preto na rota do jazz

    RÉGIS MARTINS
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM RIBEIRÃO PRETO

    02/08/2017 02h04

    Joel Silva/Folhapress
    Os músicos Thiago Monteiro (à esq.), Bruno Barbosa e Thalita Magalhães em estúdio em Ribeirão Preto
    Os músicos Thiago Monteiro (à esq.), Bruno Barbosa e Thalita Magalhães em estúdio em Ribeirão Preto

    Cidade paulista de tradição sertaneja e sede de um dos maiores festivais de rock do país, o João Rock, Ribeirão Preto (320 km de São Paulo) também quer entrar na rota do jazz.

    Uma gravadora criada pelo músico e produtor ribeirão-pretano Thiago Monteiro, 39, pretende reunir alguns dos principais nomes da música instrumental brasileira em discos, vídeos e shows.

    O selo Blaxtream (trocadilho com o nome da cidade em inglês) estreou com o lançamento de quatro discos inéditos de jazzistas brasileiros.

    Fazem parte deste primeiro pacote os grupos Paulo Almeida Quarteto, Vinícius Gomes Quinteto, Fabio Gouvea Quinteto e Ludere –liderado pelo pianista Philippe Baden Powell, filho do célebre violonista carioca.

    Philippe, que vive em Paris, lançou pela gravadora o segundo disco do quarteto, que conta ainda com outros três músicos brasileiros.

    "O selo dá a oportunidade de difundir a música instrumental brasileira e movimentar o mercado. Quanto maior a oportunidade de gravar e colocar discos nas lojas e nas plataformas digitais, melhor para os músicos e para o público", diz ele.

    "Além de instrumentistas brilhantes e de várias vertentes, são músicos que acreditaram na causa e tinham esse alinhamento de valores com o projeto", afirma Monteiro.

    Os quatro álbuns foram gravados e produzidos por Monteiro em Ribeirão e lançados em formato digital. Podem ser acessados gratuitamente para download no site do Blaxtream (blaxtream.com).

    "As plataformas digitais são uma forma de estar conectado com o futuro e também de garantir maior acessibilidade a esses trabalhos", afirma o produtor.

    O projeto da gravadora, sonho antigo de Monteiro, começou a ser montado em 2015, quando ele conseguiu apoio de uma cervejaria local.

    "O Blaxtream hoje é minha prioridade. Acredito que temos uma proposta única no Brasil", diz ele, que esteve na Europa no ano passado, onde contatou músicos de várias partes do mundo e registrou as performances em vídeo.

    O material será lançado on-line mensalmente, assim como videoaulas e partituras. O próximo passo é um festival internacional em 2018.

    "Queremos fazer um intercâmbio de musicalidade e ao mesmo tempo, utilizar o jazz como elemento de união", diz.

    Para Phillipe, o projeto não deve ser encarado como uma "loucura quixotesca".

    "Nunca a música foi tão desvalorizada em termos financeiros, mas também nunca se produziu tanto. Isso tem que ser aproveitado. O Thiago [Monteiro] tem uma visão do futuro e faz isso com conhecimento."

    Para Bruno Barbosa, baixista do Ludere que vive em Ribeirão, o selo dá condições ideais para que os artistas possam gravar seus trabalhos. "Um grupo conseguir lançar o seu segundo disco já é uma vitória no Brasil."

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