João Caldas/Divulgação | ||
Cleide Queiroz interpreta Stela do patrocínio na peça "Palavra de Stela" |
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Ilustrada
Sunday, 05-May-2024 00:09:23 -03Cleide Queiroz mescla histórias da mãe e de Stela do Patrocínio em espetáculo
MARIA LUÍSA BARSANELLI
DE SÃO PAULO04/08/2017 02h10
Cleide Queiroz diz que hesitou um pouco quando o diretor Elias Andreato a chamou para viver no palco Stela do Patrocínio (1941-1992).
A história da poeta, diagnosticada com esquizofrenia e isolada por 30 anos na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, lembrava muito a da mãe da atriz, que também foi acometida pela doença.
O temor transformou-se em expurgo e homenagem, que a atriz apresenta em "Palavra de Stela", espetáculo que estreia nesta sexta-feira (4) no Top Teatro, em São Paulo, e com o qual Cleide celebra 50 anos de carreira.
Andreato, que assina a dramaturgia da peça, se baseou nas gravações que a artista plástica Nelly Gutmacher e sua estagiária Carla Gaguilard fizeram dos ditos de Stela nos anos 1980. O áudio depois foi transcrito por Mo?nica Ribeiro e publicado em livro.
Mas o diretor acrescentou ao texto entrevistas que fez com a própria Cleide sobre sua relação com a mãe. "Queria que fosse também a história dela", explica Andreato.
MEMÓRIA
Para compor essa personagem, a atriz diz ter buscado na memória os trejeitos e a fala da mãe. "Quando tinha 16 anos, eu cuidava dela. Procurei lembrar das coisas, minha mãe falava o dia inteiro. Da postura, dos delírios, das alucinações, eu presenciei isso, então eu coloquei na peça. Fica como uma homenagem à minha mãe e à Stela."
Em cena, Cleide às vezes fala das angústias ou das alegrias –quando também se rende ao canto. Noutras cenas relembra momentos tristes e violentos da trajetória, como casos de abuso.
"Ela era uma mulher ora pesada, ora leve. Uma hora faz voz gutural, noutra uma voz tranquila", conta a atriz.
O cenário, composto de uma cadeira e alguns poucos elementos (como um gravador, referência aos áudios de Stela), é coberto de papel, uma representação "dessa mulher que ficou fechada por muito tempo", diz o diretor.
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PALAVRA DE STELA
QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h; até 27/8
ONDE Top Teatro, r. Rui Barbosa, 201, tel (11) 2309-4102
QUANTO R$ 40
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