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    Megaexposição de Renato Russo é a maior da história do MIS

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    31/08/2017 02h00

    Divulgação
    O cantor e compositor Renato Russo, líder da banda Legião Urbana
    O cantor e compositor Renato Russo, líder da banda "Legião Urbana"

    A partir do dia 6 de setembro, o Museu da Imagem e do Som ficará parecido com um apartamento do bairro carioca do Leblon. Pelo menos em alguns dos espaços da exposição "Renato Russo", a maior que o MIS já exibiu, com mais de mil itens.

    Morto em 1996, aos 36 anos, o cantor e líder da Legião Urbana guardava tudo que tinha em estado compulsivo de organização. "Tudo" significa livros, discos, roupas, coleções variadas de objetos e, principalmente, seu vasto estoque de cadernos.

    São dezenas, que incluem cadernos da escola, desde o infantil, e preciosas anotações sobre sua vida pessoal e sua carreira. As letras de canções famosas da Legião aparecem em várias versões.

    Renato as identificava como "rascunho um", "rascunho dois" e assim por diante, o que permitirá ao visitante da exposição acompanhar o processo de criação do compositor, até que ele passasse a limpo a versão definitiva.

    "Quase tudo é manuscrito, tem bem pouca coisa datilografada", afirma a cocuradora Fabiana Ribeiro, a pessoa do MIS responsável pela organização do acervo.

    A arrumação obsessiva do cantor ajudou. "Diante dessa organização, não tem como mostrar de outra forma", conta Ribeiro. "O acervo manda na exposição, não precisa procurar um roteiro, a exposição meio já se monta."

    PROJETOS INÉDITOS

    Para Patricia Lira, supervisora do Centro de Memória e Informação do MIS, os rascunhos de projetos não realizados são itens especiais. "É emotivo ver isso de alguém que morreu tão jovem."

    "Depois que ele descobriu ser soropositivo, trabalhar muito foi o que o manteve equilibrado", diz Ribeiro.

    Cerca de 15 pessoas trabalham na higienização, restauração e catalogação do material desde 2015, quando o MIS transportou o acervo para São Paulo, em três viagens. Hoje, o prédio do museu abriga na verdade mais de 3.000 itens pessoais de Renato.

    "Giuliano Manfredini, filho dele, procurou o MIS na época, e o acordo foi que o museu cuidaria de tratar e catalogar todo o material, não apenas os itens da exposição", conta Lira. Assim, a família do artista passa a ter um acervo organizado, ainda sem destino definido depois de janeiro, e o MIS pode oferece uma exposição popular.

    André Sturm comandou boa parte do trabalho até janeiro, quando se afastou da direção do MIS para assumir o cargo de secretário municipal de Cultura de São Paulo.

    A ideia de reproduzir o apartamento do cantor veio do impacto da primeira visita da equipe do MIS ao local, como relembra Sturm.

    "Eu tinha a imagem do Renato dos shows, intenso, mexendo os braços, contestador. Aí, você vê essa coisa que ele tinha de guardar tudo, anotar, organizar. Quando você entra no quarto dele, parece a cela de um monge, tinha uma cama de solteiro. Com aqueles móveis que parecem com os da casa da nossa avó, de madeira escura, sóbrios. A gente quis reproduzir um pouco disso na exposição."

    *

    RENATO RUSSO
    QUANDO de 6/9 a 28/1/2018, de terça a domingo, das 10h às 21h
    ONDE MIS, av. Europa, 158, tel. (11) 2117-4777
    QUANTO ingressos às terças, entrada gratuita; de quarta a sábado, R$ 30 (meia-entrada a R$ 15), no site ingressorapido.com.br; aos domingos, venda apenas na bilheteria; para pré-estreia (6/9), ingressos no site, por R$ 40

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