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    Trio paulista Rakta lança 4º compacto e se prepara para 4ª turnê no ano

    FABIANA CASO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    05/09/2017 02h00

    Feitiços sonoros estão sendo maturados no caldeirão do Rakta. Em outubro, o trio paulistano formado pela vocalista, tecladista e pilota de sintetizadores Paula Rebellato, pela baixista e vocalista Carla Boregas e pela baterista Nathalia Viccari lança seu quarto compacto e volta à estrada.

    O sete polegadas em vinil "Oculto pelos Seres" (Dama da Noite/ Nada Nada Discos), com três músicas inéditas, terá também sua versão nos serviços de streaming.

    Também no mês que vem, elas partem para a quarta turnê deste ano, desta vez pelo Canadá e por países da Europa. Mas antes tocam em São Paulo, no Hotel Bar (12/9) e no Al Janiah (17/9).

    A banda, que já lançou dois álbuns, não cabe em gêneros prontos, apesar das referências ao punk, ao pós-punk e ao experimentalismo com sintetizadores, em improvisações que explodem nos shows de alto apelo sensorial.

    É como um empurrão para fora da zona de conforto, em ambiências que não se apoiam somente em melodias.

    "A intenção nos shows é a de quebrar a noção do tempo e espaço", diz Carla Boregas, 33, que também é joalheira.

    As tatuagens nos braços de Paula Rebellato, 28, –com o símbolo de Plutão, Afrodite e da morte-vida– reforçam os simbolismos nos shows.

    "É como se cada uma incorporasse um arquétipo no palco", afirma ela, que estuda o assunto e que trabalhava em um espaço holístico dedicado a círculos de mulheres e ao sagrado feminino quando a banda foi formada, há seis anos.

    MULHERES

    O grupo aborda, em português e inglês, desde questões abstratas, como mistérios do universo, até temas mais concretos, como abuso sexual.

    Para além do gênero, o feminino se apresenta na Rakta como princípio. Bandas punks de mulheres influenciaram a formação musical e a noção de empoderamento, que levou à vontade de tocar.

    Mas o terreno minado dos usos atuais do termo "feminismo" torna delicado o assunto. "Sou feminista dentro de minhas visões sobre o que é o feminismo", diz Paula.

    Quando o assunto são influências e o que vai pelos fones de ouvido, conversar com as duas é transitar por um ecletismo sem preconceitos, que passa do dark ambient ao dub, do compositor japonês Ryuichi Sakamoto ao pós-punk e a música árabe e sufi, "depende do humor do dia".

    A médio prazo, depois da próxima turnê, planejam oficinas musicais e conversas sobre as viagens e a experiência do selo independente Dama da Noite, que costuma lançar os álbuns do trio em parceria com o Nada Nada Discos.

    Elas, que já tocaram em países como o Japão, dizem ter uma rede de apoio punk. "As pessoas às vezes acham que é preciso patrocínio, grandes apoios", afirma Carla.

    O grupo defende a filosofia do faça você mesmo em meio a um dos significados de Rakta, que deriva de uma palavra em sânscrito (rajas), como um componente de energia que produz expansão e força.

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