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    Associação repudia uso de spray de pimenta contra jornalista em protesto

    DE SÃO PAULO

    13/09/2017 21h18

    A Associação Nacional de Jornais (ANJ) emitiu nota repudiando agressão sofrida pela repórter fotográfica Isadora Neumann na terça (12) em Porto Alegre.

    Neumann, que trabalha para o jornal "Zero Hora", registrava protesto contra o fim da exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira" quando recebeu jato de spray de pimenta usado pela Brigada Militar (BM) para conter manifestantes.

    A ANJ pediu no comunicado que as autoridades apurem os fatos e punam os agressores. "É preciso que os agentes de Estado estejam preparados para atuar em situações como essas de protesto popular, sem agredir profissionais da imprensa", diz o texto.

    Segundo o comandante do 9º Batalhão da Brigada Militar, Eduardo Amorim, o spray foi usando ao apartar uma briga entre manifestantes; parte deles, disse o comandante, atirou pedras nos policiais. "Durante a confusão não é possível ver quem é quem", disse.

    De acordo com Amorim, atitudes violentas como as pedradas viraram "moda" em protestos na capital gaúcha. "Temos hoje um policial militar que, graças a essas pedradas, se tornou cadeirante".

    Também em texto, o "Zero Hora" disse que espera que "tais fatos relativos à atuação da imprensa em situações do gênero não voltem a ocorrer".

    PROTESTO EM PORTO ALEGRE

    O protesto contra o encerramento da mostra reuniu cerca de 300 pessoas, na terça-feira (12), em frente ao Santander Cultural. A instituição abrigava a exposição, encerrada pelo banco em resposta a protestos de grupos de direita nas redes sociais, que se ofenderam com o teor sexual das peças na exposição.

    O curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, afirmou que secretários de Cultura e representantes de instituições de outras partes do país o procuraram e demonstraram interesse em acolher a exposição.

    A mostra "Queermuseu" estava em cartaz desde 15 de agosto no espaço Santander Cultural e deveria ter seguido até 8 de outubro. A exposição contava com 270 obras, assinadas por 85 artistas, como Adriana Varejão, Candido Portinari, Lygia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson.

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