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    CRÍTICA

    Animação 'O que Será de Nozes 2' não empolga e provoca bocejos

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    14/09/2017 01h00

    Divulgação
    Cena da animação 'O Que Será de Nozes 2', de Carl Brunker
    Cena da animação 'O Que Será de Nozes 2', de Carl Brunker

    O QUE SERÁ DE NOZES 2 (ruim)
    (The Nut Job 2: Nutty by Nature)
    DIREÇÃO Cal Brunker
    PRODUÇÃO EUA, 2017, livre
    ELENCO Jeff Dunham, Joe Pingue e Will Arnett
    Veja salas e horários de exibição

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    Com um orçamento relativamente modesto de US$ 42 milhões, a animação "O que Será de Nozes" (2014) revelou-se uma surpresa de bilheteria ao arrecadar cerca de US$ 120 milhões em todo o mundo.

    Só mesmo os tostões para justificar a existência da continuação de um filme tão... chato. Além de não empolgar e provocar bocejos, "O que Será de Nozes 2", dirigido por Cal Brunker, tem uma pegada muito parecida com a de seu antecessor.

    Novamente, a turma de roedores urbanos liderada pelo esquilo Max (Surly na versão em inglês) está à procura de um lar.

    Os dias de fartura na loja abandonada de castanhas –conquistados no primeiro longa– acabam quando uma explosão leva tudo pelos ares. Agora gordinhos, preguiçosos e acomodados, os bichos precisam não só encontrar um novo teto como recuperar os instintos perdidos.

    A missão, que já não era simples, ganha contornos dramáticos no momento em que o inescrupuloso prefeito de Oakton City decide transformar o parque da cidade num lucrativo e capenga parque de diversões.

    Ao som de "Born To Be Wild", de Steppenwolf, os roedores começam uma verdadeira revolução dos bichos ao lutar contra tratores, escavadeiras e trabalhadores da obra. Para vencer a árdua batalha, os esquilos, castores e marmotas contam com o reforço inusitado de um exército de ratos brancos chineses.

    Nem a rebelde trilha sonora, porém, consegue animar o público. A história, rasa, previsível e sem graça, abusa das reviravoltas para preencher o tempo de exibição. É inevitável não conferir o relógio repetidamente durante a sessão. Os minutos se arrastam na tela.

    O excesso de mensagens motivacionais também prejudica. Andie, esquilo-fêmea, é um manual ambulante de autoajuda. De sua boca saem frases do tipo "a vida não tem atalhos", "individualmente somos pequenos, mas juntos somos grandes", entre outras que ressaltam a importância do trabalho árduo e do trabalho em equipe.

    A mimada filha do prefeito que grita sem parar com uma voz histérica e estridente engorda a lista das coisas irritantes presentes no filme –assim como um ratinho azul que só se manifesta para berrar "vamos morreeeeeer".

    Exceto pelo visual bem feito e bacaninha, "O Que Será de Nozes 2" não passa de mais uma animação descartável, que resolveu arriscar a sorte outra vez nas bilheterias mundo afora.

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    Assista ao trailer de 'O Que Será de Nozes 2'

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