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    Grupos portugueses de hip-hop fazem rimas ingênuas no Rock in Rio

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    17/09/2017 16h46

    Zanone Fraissat/Folhapress
    Os Portugueses, HMB & Virgul & Carlao fazem show no placo Suntset no terceiro dia do Rock in Rio, realizado no Parque Olimpico na Barra da Tijuca
    Os grupos portugueses HMB, Virgul e Carlão fizeram show pouco memorável no palco Suntset

    A apresentação de artistas portugueses de hip-hop, que abriu a programação do domingo (17) no Rock in Rio 2017, teve mais vontade do que talento. Divertiu um público pequeno diante do Palco Sunset, mas nada memorável.

    O grupo HMB e os rappers Virgul e Carlão estão acostumados a dividir shows na tímida cena portuguesa do gênero. O entrosamento era evidente e o acompanhamento de uma banda de verdade, com instrumentos, tornou o rap mais palatável.

    Na verdade, o HMB é um grupo de funk, com alguns desvios para outros ramos da música negra. Unido ao hip-hop mais truncado de Carlão e Virgul, acabou fazendo uma salada de black music, com momentos irregulares.

    O som parece quase sempre datado, simulando o funk festivo dos anos 1980. Lembrou às vezes Ed Motta e Conexão Japeri.

    Entre as músicas, eles falaram de corrupção, se mostraram solidários aos problemas dos brasileiros com sua classe política e soltaram palavras de ordem, do tipo "Vocês estão prontos para a revolução?".

    O problema é que o entusiasmo contestador parava um pouco nessas intervenções. Nas letras das músicas, muita ingenuidade, fazendo versos sobre brincadeiras com algumas pitadas de romantismo.

    Quem assistiu ao show saiu acreditando que o hip-hop português ainda está no jardim de infância.

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