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    Rock in Rio 2017

    Nile Rodgers despeja quatro décadas de hits dançantes e dedica show a Gaga

    MARCO AURÉLIO CANÔNICO
    DO RIO

    17/09/2017 22h10

    Zanone Fraissat/Folhapress
    Show do Nile Rodgers & the Chic no Palco Sunset durante o terceiro dia da 7ª edição do Rock in Rio
    Show do Nile Rodgers & the Chic no Palco Sunset durante o terceiro dia da 7ª edição do Rock in Rio

    "Meu nome é Nile Rodgers e eu tenho o melhor emprego do mundo, porque fiz discos com Diana Ross, Sister Sledge, David Bowie, Madonna, Daft Punk, Lady Gaga e tanta gente maravilhosa."

    A apresentação do americano Nile Rodgers, 64, serviu para que o público tivesse uma ideia do que ia ver no show de uma hora que fechou o palco Sunset neste domingo (16): uma aula de hits dançantes das últimas quatro décadas.

    O guitarrista/compositor/produtor é um dos responsáveis por criar a linguagem da dance music funkeada que explodiu nos anos 1970, com sua banda Chic – dos hits "Le Freak" e "Good Times"–, cuja influência perdura até hoje.

    Se seu nome não é imediatamente reconhecido pelo grande público, suas canções são daquelas que todo mundo conhece e dança, o que fez do show um dos mais animados deste primeiro fim de semana de Rock in Rio.

    Todo de branco, com uma boina e longos dreads, Rodgers abriu a apresentação com uma dedicatória: "Minha grande amiga Lady Gaga não pôde vir, e eu quero dedicar esse show a ela."

    Acompanhado por seis músicos (todos de branco) e duas vocalistas (de vestidos amarelos), abriu os trabalhos com três sucessos do Chic: "Everybody Dance", "Dance, Dance, Dance" e "I Want Your Love".

    Esta última foi um exemplo da força da obra de Rodgers e da qualidade da banda que lhe acompanha atualmente. Sobre uma base funkeada, a cargo da guitarra de Rodgers e do baixo de Jerry Barnes, a vocalista Kimberly Davis mostrou toda sua extensão vocal, encantando a plateia, que acompanhou com palmas, coro e dança.

    Na sequência vieram os sucessos que o americano produziu para outros artistas, como Diana Ross ("I'm Coming Out", "Upside Down"), Sister Sledge ("He's the Greatest Dancer", "We Are Family") e Madonna ("Like a Virgin", cantada pela outra excelente vocalista que o acompanha, Folami Ankoanda).

    A essa altura, a plateia já estava encantada por descobrir que aquele senhor simpático e animado era o co-autor de tantos sucessos das pistas. Antes de apresentar a mais recente de suas parcerias blockbusters, Rodgers lembrou sua batalha contra o câncer.

    "Há cerca de seis anos, meus médicos disseram que eu tinha um câncer muito agressivo e que as coisas não estavam parecendo boas. Eu recebi uma ligação de dois amigos do Daft Punk e de Pharrell Williams, e nós fizemos essa canção, 'Get Lucky'. E eu me sinto o homem mais sortudo do mundo por estar aqui no Rock in Rio com minha banda e curado do câncer."

    A canção veio com uma introdução quase gospel antes de embalar no funk dance que se tornou um hit mundial. Para encerrar, o americano tocou os maiores sucessos do Chic ("Le Freak" e "Good Times"), fechando a apresentação com um monte de convidados no palco, para ecoar o clima de pista de dança que se via na plateia.

    A única nota negativa foi o subdimensionamento do show, um erro grosseiro do festival: Rodgers põe no bolso todas as atrações deste primeiro fim de semana do Rock in Rio. Com sua história e a qualidade de suas composições e banda, merecia um palco maior, um som mais alto e uma duração mais longa.

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