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    Com obra de Calder, Instituto Moreira Salles inaugura nova sede em SP

    ISABELLA MENON
    DE SÃO PAULO

    19/09/2017 02h15

    Michael Wesely/Divulgação
    Registro de longa exposição que condensa diversos momentos da construção do prédio IMS
    Registro de longa exposição que condensa diversos momentos da construção do prédio IMS

    Após quatro anos de obras e atraso que levou ao adiamento da inauguração em agosto, o Instituto Moreira Salles abre as portas nesta terça (19) para convidados e nesta quarta (20) ao público sua nova sede paulista.

    O local abrigará três exposições temporárias. A coleção "Os Americanos" do fotógrafo suíço Robert Frank, "Corpo a Corpo", que conta com imagens que tratam de conflitos sociais brasileiros, assinadas por Bárbara Wagner, Jonathas de Andrade, Letícia Ramos, a artista Sofia Borges e os coletivos Mídia Ninja e Garapa.

    A última mostra é a videoinstalação do americano Christian Marclay, premiada com o Leão de Ouro na Bienal de Veneza há seis anos. "The Clock" é um filme que costura cenas de cinema que mostram cada minuto de um dia –o horário na tela sempre corresponde à hora no relógio do espectador, criando a estranha sensação de ver o tempo passar ao vivo na ficção, com a artificialidade de Hollywood.

    Além das exposições, o prédio conta com ensaios como o do fotógrafo alemão Michael Wesely, conhecido por usar técnica com longa exposição que condensa diversos momentos em uma única fotografia. Durante dois anos, deixou suas câmeras captarem a construção do instituto.

    "É muito trabalhoso", diz o fotógrafo sobre o processo no qual um simples toque no equipamento pode colocar o processo inteiro a perder.

    O resultado pode ser contemplado na cobertura, que conta com quatro fotografias em diferentes ângulos do projeto. Antes, o IMS tinha uma sede de seu centro cultural na rua Piauí, em Higienópolis.

    Orçada inicialmente em R$ 80 milhões, a construção do instituto custou R$ 150 milhões, de acordo com o diretor-geral, Flávio Pinheiro.

    CALDER NO IMS

    Em uma parceria com o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), o IMS abrigará a obra "Viúva Negra" de Alexander Calder. O contrato custará R$ 150 mil ao centro, que terá o direito de exposição da obra durante um ano.

    O IAB planeja levar no próximo semestre uma mostra de cinema sobre arquitetura e cidades, para debater o papel da imagem audiovisual.

    Em meados de 2018, o instituto já planeja expor dois grandes nomes da fotografia. A primeira é a mostra que celebra o centenário do americano Irving Penn (1917-2009), conhecido pelos ensaios de moda e retratos.

    Seydou Keita, um dos pilares da fotografia africana, também está no radar do ano que vem, com mostra realizada em seu estúdio na capital do Mali. Nela, registra a sociedade, os costumes e o vestuário do país.

    LIBERDADE É POUCO

    A inauguração do instituto acontece uma semana após o encerramento prematuro da mostra "Queermuseu", exposta no Santander Cultural de Porto Alegre, após críticas ao conteúdo sexual das obras.

    Para Flávio Pinheiro, que comanda um acervo com mais de 2 milhões de imagens, o IMS possui diferentes tipos de artistas com um claro apreço à liberdade de expressão e citou frase de Clarice Lispector. "Liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome".

    *

    INSTITUTO MOREIRA SALLES
    ONDE: Avenida Paulista, 2.424
    QUANDO: abre nesta quarta (20); de ter. a dom., das 10h às 20h; qui. das 10h às 22h; feriados (exceto às segundas), das 10h às 20h
    QUANTO: grátis

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