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    Em SP, ministro da Cultura diz que vetos artísticos podem levar 'às trevas'

    ISABELLA MENON
    DE SÃO PAULO

    19/09/2017 18h49

    Zanone Fraissat/Folhapress
    O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, durante a cerimônia de inauguração da nova sede do IMS
    O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, durante a cerimônia de inauguração da nova sede do IMS

    Durante a abertura oficial da sede paulistana do IMS (Instituto Moreira Salles ), na manhã desta terça-feira (19), o ministro da Cultura, Sergio Sá Leitão, ressaltou a importância do centro cultural em um momento que o setor artístico tem sofrido "ataques à liberdade de expressão".

    O ministro qualifica os recentes episódios que levaram ao fechamento da exposição "Queermuseu", à apreensão de uma obra no Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande e à liminar na Justiça que tentou cancelar uma peça de teatro em Jundiaí (SP) como expressões de uma interpretação "medíocre e lamentável" das artes.

    Leitão ponderou, durante entrevista à imprensa presente ao evento, que os protestos que ocorreram contra a mostra "Queermuseu" são próprios da democracia. Entretanto, quando manifestações artísticas são impedidas de acontecer, isso pode culminar em um "caminho rumo às trevas".

    Os impedimentos, segundo o ministro, poderiam ser evitados com um projeto de lei que implantasse uma classificação indicativa também para exposições, como acontece no cinema.

    Atualmente, a Constituição prevê que exposições sejam sujeitas à autoclassificação, ou seja, cabe à curadoria, artistas e responsáveis de museus definir a classificação indicativa em função às obras ali presentes.

    Para Leitão –que define as obras apresentadas na exposição "Queermuseu" como "fortes e contundentes"–, considerações deveriam ser feitas aos proponentes dos projetos apresentados à Lei Rouanet quando trabalhos que possam "gerar qualquer tipo de reação" forem identificados.

    Além do representante da pasta, o evento no IMS teve a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e do secretário da Cultura, André Sturm, que representou o prefeito João Doria (PSDB). Sturm disse estar com "inveja branca" diante o instituto, localizado na avenida Paulista, que abre as portas ao público nesta quarta-feira (20).

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    INSTITUTO MOREIRA SALLES
    ONDE: Avenida Paulista, 2.424
    QUANDO: abre nesta quarta (20); de ter. a dom., das 10h às 20h; qui. das 10h às 22h; feriados (exceto às segundas), das 10h às 20h
    QUANTO: grátis

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