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    CRÍTICA

    Em 'O Sequestro', Halle Berry entra de novo em barca furada

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/09/2017 01h00

    Divulgação
    SAO PAULO/SP BRASIL. 19/07/2017 - Aberura do Instituto Moreira Salles na Av Paulista.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ILUSTRADA)***EXCLUSIVO***
    Sage Correa e Halle Berry em cena do filme 'O Sequestro'

    O SEQUESTRO (ruim)
    (Kidnap)
    DIREÇÃO Luis Prieto
    ELENCO Halle Berry, Sage Correa, Chris McGinn
    PRODUÇÃO EUA, 2017, 14 anos
    Veja sala e horários de exibição

    *

    Tão genérico quanto o nome "O Sequestro" é a história que tenta embalar o novo suspense estrelado por Halle Berry e dirigido pelo espanhol Luis Prieto.

    Não é a primeira vez que a americana, vencedora do Oscar de melhor atriz por sua atuação em "A Última Ceia" (2001), embarca numa furada.

    Depois de receber a estatueta de ouro, em 2002, ela protagonizou alguns fracassos de crítica como "Na Companhia do Medo" (2003), "Mulher-Gato" (2004) –indicado em sete categorias do Framboesa de Ouro, que "homenageia" os piores do ano– e "A Estranha Perfeita" (2007).

    A sina reaparece em "O Sequestro", filme de baixo orçamento (cerca de US$ 21 milhões) do qual Berry também é a produtora executiva.

    Embora se vire do avesso para carregar nas costas os 95 minutos de exibição, a atriz precisa remar contra um roteiro tosco e nada original. Haja braço.

    Uma sequência de vídeos caseiros sobre os seis anos iniciais de uma criança, na abertura do longa, busca capturar o espectador por meio da identificação. O enredo mantém essa estratégia ao explorar um dos maiores temores da vida adulta: a possibilidade de perder um filho.

    Karla (Halle Berry) é uma garçonete divorciada que aguenta um trabalho maçante para sustentar o pequeno Frankie (Sage Correa).

    Certo dia, durante um passeio no parque, a moça se descuida, e o garoto é sequestrado. Ao perceber o sumiço do filho, a heroína avisa que "mexeram com a mãe errada" e encarna uma versão veloz e furiosa de fazer inveja a Dominic Toretto e companhia.

    A bordo de uma minivan vermelha, ela se envolve numa perseguição alucinante e interminável, que inclui ultrapassagens espetaculares, acidentes inacreditáveis e um tanque de combustível enorme o suficiente para durar quase o filme inteiro –além da ausência inexplicável de policiais.

    Quando Karla finalmente deixa o carro para enfrentar os vilões grotescos que pegaram seu filho, uma série de clichês saídos de uma cartilha de suspense inunda a tela.

    Um galpão aparentemente abandonado, uma TV fora do ar, uma torneira pingando, o toque do telefone rasgando o silêncio, um lago escuro numa noite enevoada, o perigo iminente sempre às costas.

    Dentro ou fora da minivan, "O Sequestro" não se esforça minimamente para surpreender o público; apenas dá roupa nova a um lugar-comum que não leva a lugar algum. Mais uma grande gafe para o currículo de Halle Berry.

    Assista ao trailer do filme 'O Sequestro'

    Assista ao trailer do filme 'O Sequestro'

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