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    CRÍTICA

    Mostra sobre o Nirvana abranda o punk ao levá-lo para as massas

    IVAN FINOTTI
    DE SÃO PAULO

    24/09/2017 02h00

    NIRVANA: TAKING PUNK TO THE MASSES (bom)
    QUANDO ter. a sex., das 10h às 18h; sáb. e dom., das 10h às 19h; até 12/12
    ONDE Lounge Bienal (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Ibirapuera)
    QUANTO R$ 25 (ter. a qui.) e R$ 35 (sex. a dom.)

    *

    Após passagem pelo Rio de Janeiro, a exposição "Nirvana: Taking Punk to the Masses" (levando o punk para as massas) chega para três meses no subsolo do pavilhão da Bienal, o chamado lounge, no parque Ibirapuera.

    Apesar de badalada (esteve seis anos em Seattle, EUA, e agora viaja pela primeira vez), é uma mostra pequena, com roteiro sugerido de uma hora e com muitas lacunas na biografia do Nirvana e de seu líder Kurt Cobain (1967-1994).

    Uma das razões para isso é que a viúva Courtney Love não se envolveu na produção. Outra é que o curador Jacob McMurray preferiu não abordar um assunto vital, porém deprimente da história: o suicídio de Cobain.

    "Eu queria contra a história de forma inspiradora", disse McMurray ao jornalista da Folha Marco Aurélio Canônico, na inauguração no Rio, em julho. "São músicos que não tinham quase nada e se tornaram a maior banda do mundo. Quero que jovens vejam e pensam que podem fazer isso também."

    É uma opção corajosa do curador. Pode ser visto como "hollywoodyanização" da história. Por outro lado, pode fazer sentido quando você caminha pelos corredores e vê adolescentes de olhos arregalados, alguns acompanhados dos pais, e sabe que nem todos os grandes artistas precisam terminar dessa forma.

    Clipe de 'Heart-Shaped Box'

    Clipe de 'Heart-Shaped Box'

    Além de objetos como guitarras quebradas, fitas cassetes e letras escritas de próprio punho, há muitos módulos para ouvir canções e assistir entrevistas.

    E a mostra traz atrações interativas que vão divertir o visitante. Em uma delas, você pode gravar um vídeo de dois minutos dublando uma música, que depois será exibida num telão para todos.

    A parada favorita para fotos é uma plataforma com um fundo de piscina, igual ao do álbum "Nevermind" (1991), no qual o visitante pode abocanhar uma nota de dólar suspensa.

    Mas inexplicavelmente a brincadeira está incompleta: o dólar flutua sem o anzol, como era na capa do disco do Nirvana. Seria mais um aspecto de abrandamento do punk para as massas?

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