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    Rock in Rio 2017

    Em grande karaokê no Rock in Rio, Capital Inicial dedica música a Temer

    AMANDA NOGUEIRA
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO

    24/09/2017 21h08

    Ricardo Borges/Folhapress
    RIO DE JANEIRO/RJ BRASIL. 22/09/2017 - Tears for Fears, durante o Rock in Rio, realizado no Parque Olimpico na Barra da Tijuca.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ILUSTRADA)***EXCLUSIVO***
    Dinho Ouro Preto no show do Capital Inicial no Rock in Rio

    Primeira atração do palco Mundo, Capital Inicial aqueceu o público para as bandas que fecham o último dia de Rock in Rio, neste domingo (24).

    A combinação de letras fáceis, já sedimentadas no repertório popular, e protesto genérico foi suficiente para fazer a grande massa de público cantar e pular.

    "Queria dedicar essa música a uma longa lista de pessoas, começando do A e indo até o Z, de políticos de esquerda, de centro, de direita, do Aécio, Dilma, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, uma longa lista de políticos que sequestrou a democracia brasileira, conspirou contra a esperança de todos nós cidadãos brasileiros, estou cada vez mais certo de que o poder corrompe", afirmou Dinho Ouro Preto, irrompendo uma variação mais agressiva do já costumeiro "fora, Temer".

    Enquanto muitos gritavam "ei, Temer, vai tomar no cu", o cantor continuou: "O Brasil é maior e melhor do que os seus representantes, essa aqui é para o Michel Temer".

    Sem se cansar da ebulição de protestos nesta edição do festival, a maioria dos presentes usou plenamente os pulmões para cantar "Que Pais é Esse". "A gente não merece, fala aí", disse Dinho depois.

    O público nem pareceu notar o início afônico do show, não se sabe bem se por uma falha técnica —diversos artistas já tiveram problemas neste palco— ou se por falta de voz mesmo. Em "Olhos Vermelhos", por exemplo, Dinho se esgoelou em vão, pois o som do microfone era quase nulo.

    "Primeiros Erros", em seguida, também foi cantada como se o público se divertisse em um karaokê, deixando o cantor com um semblante misto de incredulidade e satisfação.

    "Muita gente não consegue colocar uma multidão dessa de gente cantando uníssono, é comovente, é terapêutico, vocês vão sair daqui se sentindo melhor", garantiu.

    Parece que convenceu. A seleção com "Fátima", "Natasha", "Veraneio Vascaína" e outros hits radiofônicos da banda tiveram seus versos cantados em alto e bom som, provando que a grande maioria que vai ao festival é mais nostálgica do que roqueira.

    O ponto alto, porém, não foi com nenhum desses. A banda acertou com um cover de "Mulher de Fases", dos Raimundos, levantando até quem só estava ali aguardando a próxima banda.

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