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    Público pouco reage a apresentação de Alice Cooper em São Paulo

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    27/09/2017 02h00

    Marcelo Justo/Folhapress
    Show de Alice Cooper no último dia do São Paulo Trip
    Show de Alice Cooper no último dia do São Paulo Trip

    Guardião do rock raiz e notório crítico de variações 'nutella', Alice Cooper subiu ao palco do Allianz Parque, nesta terça-feira (26), para exibir o mesmo circo de horrores –nem tão horríveis assim– que mostrou dias antes no Rock in Rio.

    Mas nada parecia muito assustador. Em um cenário de Halloween de escola, com cabeças de bonecos pendurados, bengalas, dançarina, enfermeira e imagens de olhos tapados por aranhas, Cooper desfilou o industrial de "Brutal Planet", seguindo para as mais antigas "No More Mr. Nice Guy" e "Under my Wheels", faixa que já gravou com Axl Rose, do Guns N' Roses, que se apresentaria mais tarde e pelo qual a maior parte do público aguardava.

    Talvez isso explicasse a demora para que os ouvintes manifestassem alguma reação à altura do teatro de Cooper. Em "A Woman of Mass Distraction", o ídolo se mostrou descontente com a reação do público, gesticulando como se estivessem jogando baralho com ele.

    Nem mesmo no destruidor solo de guitarra de Nita Strauss o público se empolgou como esperado. A situação se reverteria em seguida, quando o cantor apelou para o clássico "Poison", e seria completamente esquecida com "School's Out", com a guitarra do brasileiro Andreas Kisser, do Sepultura, e dobradinha com parte de "Another Brick in the Wall, do Pink Floyd, como de costume.

    Cooper ganharia mais atenção com as performances em "Feed My Frankenstein" –em que monta um laboratório e se transforma no monstro de Frankenstein– "Cold Ethyl", na qual simula um necrófilo com uma boneca no palco, e em "Only Woman Bleed", na qual mata uma bailarina e é decapitado.

    O cantor se diz um músico da velha-guarda, mas não saiu ileso à era do politicamente correto. As jiboias que o acompanharam em diversas ocasiões no passado, por exemplo, não reapareceram desde que Rita Lee as confiscou –ao menos é o que conta a cantora em sua autobiografia. Os animais grotescos ficaram apenas no passado.

    Contrastando com o ídolo mórbido, Tyler Bryant & The Shakedown havia subido ao palco uma hora antes.

    Cabeludos de madeixas hidratadas, peitos depilados e adeptos do pandeiro no palco, os jovens de Nashville apresentaram seu rock de guitarra energética e de influências do blues a um estádio ainda vazio.

    Entre os integrantes, estava Graham Whitford, filho de Brad Whitford, guitarrista da banda Aerosmith, cuja apresentação em Curitiba foi cancelada após Steven Tyler ficar doente.

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