• Ilustrada

    Tuesday, 14-May-2024 11:00:04 -03

    CRÍTICA

    Clichês afetam filme de terror sobre entidade que ataca no sono

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    28/09/2017 01h00

    Divulgação
    Cena do filme 'Sono Mortal' sobre entidade que ataca no sono
    Cena do filme 'Sono Mortal' sobre entidade que ataca no sono

    SONO MORTAL (ruim)
    DIREÇÃO Phillip Guzman
    ELENCO Jocelin Donahue, Jesse Bradford, Lori Petty
    PRODUÇÃO EUA, 2016
    QUANDO estreia nesta quinta (28)
    Veja salas e horários de exibição

    *

    A piada é fraca e infame, mas irresistível: "Sono Mortal" não é apenas o título do filme, é também o efeito que ele pode provocar em boa parte da plateia.

    Foi produzido para engordar um subgênero do cinema de terror: o dos filmes nos quais os personagens são atacados por criaturas maléficas enquanto estão dormindo.

    O pioneiro nessa onda, e ainda hoje imbatível na premissa, é "A Hora do Pesadelo". Desde o primeiro de sua extensa franquia, de 1984, adolescentes dormem e são assassinados nos sonhos por Freddy Krueger e suas mãos de lâminas afiadas.

    "Sono Mortal" começa com duas irmãs gêmeas, Kate e Beth Bowman, com muita coisa a acertar em sua relação conturbada. Mas não dá tempo para que elas resolvam suas diferenças. Beth morre durante a noite. É diagnosticada com paralisia do sono, uma condição na qual a pessoa desperta, mas não consegue se mexer, e, nos casos mais graves, nem respirar.

    Kate acaba descobrindo que a irmã estava em tratamento com uma médica meio picareta e, como outros pacientes, relatava a sensação de ser atacada por uma "coisa" durante o sono. Pegando carona na manjada hipótese de gêmeos que compartilham sensações, Kate passa a ser ameaçada em suas sonecas.

    O filme não se preocupa em criar um vilão carismático: a entidade do mal é versão genérica de bruxa deformada.

    Para enfrenta-la, Kate tem ajuda do ex-namorado da irmã e do personagem indefectível do filme de horror B, o cientista maluco. Neste caso, mais maluco que cientista.

    O elenco de desconhecidos tem mais vontade do que talento. Jocelin Donahue, a mocinha atormentada, é bonita, mas é difícil saber se terá futuro no cinema. Em nenhum momento ela consegue escapar do roteiro pavoroso.

    Mesmo sendo nota zero no quesito originalidade, "Sono Mortal" até que dá uma engrenada do meio para frente. Quando está prestes a ganhar a avaliação "regular" do crítico, os personagens tomam as decisões mais imbecis possíveis. Se Hollywood tivesse um padrão de qualidade formalizado, esses roteiristas perderiam a licença.

    Os outros trabalhos do diretor Phillip Guzman são obscuros. Na verdade, este "Sono Mortal" merecia preservar seu anonimato.

    *

    Assista ao trailer de 'Sono Mortal'

    Assista ao trailer de 'Sono Mortal'

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024