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    'Não morro de amor por esse título', diz autor da novela 'Malhação'

    GUSTAVO FIORATTI
    DE SÃO PAULO

    28/09/2017 02h00

    Eduardo Knapp/Folhapress
    O diretor e autor Cao Hamburger em seu escritório na Vila Madalena, em São Paulo
    O diretor e autor Cao Hamburger em seu escritório na Vila Madalena, em São Paulo

    Vai ter beijaço na novela "Malhação", que a Globo exibe diariamente no fim da tarde. A cena vai ao ar na sexta e faz parte de três capítulos que comemoram o centésimo episódio de nova temporada assinada por Cao Hamburger.

    Embora o capítulo cem já tenha sido exibido na segunda (15), a comemoração começou no episódio de quarta (27) e prossegue até sexta (29), com uma balada cultural organizada por alunos dos colégios onde a trama se passa (um público e um privado).

    O clima da festa segue o tom do subtítulo, "Viva a Diferença". "Vai ter homem com homem e mulher com mulher. E vai ter homem com mulher também", garante o autor, com menção à música "Vale Tudo", de Tim Maia.

    Segundo ele, a balada cultural promovida pelos alunos inclui apresentações musicais, dança e poesia. O beijaço será no encerramento.

    Hamburger foi buscar inspiração para esses capítulos na sua própria biografia.

    Ele conta que estudou no colégio Equipe e que sua turma criava eventos independentes da grade curricular. Lembra ainda que o apresentador Serginho Groisman organizava shows (teve de Caetano Veloso a Gonzagão). "E nós ajudávamos, vendendo ingresso, por exemplo."

    No episódio desta quinta (28), outra surpresa: uma banda tocará uma canção que Nando Reis compôs aos 15 anos. "Eu tocava guitarra com ele na banDa Os Camarões", conta Hamburger.

    Desde que o criador de "Castelo Rá-Tim-Bum" assumiu o roteiro da novela global, "Malhação" passou a enfocar alunos de duas escolas, colocando cinco amigas como protagonistas.

    "Um dos temas que mais me interessam hoje é a educação, especialmente a pública. A classe média está encastelada em escolas particulares de alto nível. São bolhas. Muitas mazelas que a gente está vendo hoje vêm desse apartheid", diz.

    O diagnóstico foi sendo construído com pesquisas, mas encontrou respaldo também nas conversas que Hamburger teve e ainda tem com sua filha, que tem 26 anos e é professora do ensino público. "Ela estudou no Vera Cruz: mais bolha impossível", critica-se o autor.

    Questionado sobre a permanência do título "Malhação" em uma novela que já não se passa em academias, ele diz: "Não morro de amores por esse título, não".

    Segundo ele, quando convidado a assumir a trama, soube que a Globo estava estudando se continuaria com o nome. "Disseram que a marca é forte entre jovens."

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