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    Em época de protestos e polêmicas na arte, crianças falam sobre museus

    EMILIANO GOYENECHE
    ISABELLA MENON
    DE SÃO PAULO

    11/10/2017 12h00

    Na semana do Dia da Criança, a Folha conversou com os mirins para saber como elas e eles se relacionam com o mundo das artes plásticas, ambiente que tem concentrado discussões e polêmicas nas últimas semanas, do fechamento do 'Queermuseu', em Porto Alegre (RS), às manifestações contra a interação entre uma criança e um artista nu durante performance no MAM-SP, em São Paulo.

    Cerca de 28 milhões de pessoas visitaram 920 museus em 2016 em todo o Brasil, aponta pesquisa realizada pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus).

    Apesar do aumento em relação a 2015, as crianças propõem melhorias para tornar os locais de exibição mais acessível para elas.

    Entre as sugestões, destaca-se a de maior interatividade em exposições. Segundo a estudante Laura, 11, "quando você toca nas obras, vai mais na sua cabeça como é que foi [feito um trabalho]".

    Por outro lado, Martim, 11, ressalva que a vigilância sobre o público dentro dos museus é redobrada quando se é criança. "Os seguranças ficam muito em cima, só de você passar eles já ficam te encarando".

    Para Mariana, 7, exposições de artes visuais têm textos demais. "Elas [crianças] não conseguem ler, aí os adultos ficam falando muito e a gente não entende."

    "Mas, de vez em quando, eu que explico para ele [meu pai]", diz Isabelle, 10, cujo artista preferido é Romero Britto.

    Emiliano Goyeneche/Folhapress
    A pequena Georgia, 8, em frente à Casa das Rosas, em SP
    A pequena Georgia, 8, em frente à Casa das Rosas, em SP

    ARTE É O QUÊ?

    A maioria dos pequenos entrevistados afirmam que tudo pode ser considerado arte. "Se você faz um rabisco, pode ser arte", diz Laura.

    "Já fui nesses museus incríveis e legais que as pessoas conhecem mais", relembra Rafaela, 10. A garota, que já viajou para cidades como Nova York e Paris, acha que conhecer museus é "muito importante para a [história] da civilização".

    Aos 8 anos, Ana Angélica conta que durante uma viagem ao Japão, foi a uma mostra sobre a bomba de Hiroshima, no Japão, em 1945.

    "Quando a bomba caiu era tão forte que derretia a pele das pessoas."

    Ela admite que ficou "com um pouco de medo", mas acrescenta que "foi interessante saber que eles conservaram isso tudo até hoje".

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