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    CRÍTICA

    'Tempestade' é divertido e inova no gênero filme-catástrofe

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    19/10/2017 01h00

    Divulgação
    Gerard Butler e Alexandra Maria Lara em cena do filme 'Tempestade: Planeta em Fúria
    Gerard Butler e Alexandra Maria Lara em cena do filme 'Tempestade: Planeta em Fúria'

    TEMPESTADE: PLANETA EM FÚRIA (bom)
    (Geostorm)
    DIREÇÃO Dean Devlin
    ELENCO Gerard Butler, Jim Sturgees, Ed Harris, Andy Garcia
    PRODUÇÃO EUA, 2017
    QUANDO estreia nesta quinta (19)
    Veja salas e horários de exibição

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    Depois de uma onda de muito sucesso nos anos 1970, com "O Destino de Poseidon" (este lançado no final de 1969), a franquia "Aeroporto" (quatro filmes entre 1970 e 1979), "Terremoto" e "Inferno na Torre" (ambos de 1974), até hoje os chamados filmes-catástrofe ressurgem de vez em quando. Agora aparece "Tempestade: Planeta em Fúria", que consegue ser divertido e ainda inovar um pouco esse subgênero cinematográfico.

    Não trata de um desastre natural específico, como um terremoto ou um tsunami. Um conjunto de catástrofes assola o mundo, incluindo tremores, congelamento, inundações, superaquecimento, chuva monstruosa de granizo e outras desgraças. O que aproxima o filme de "2012", superprodução sobre o fim do mundo, que também era um catálogo de destruições.

    Mas "Tempestade - Planeta em Fúria" faz alguma diferença ao introduzir uma trama de filme de espionagem.

    Fruto do trabalho conjunto de 17 países, uma estação especial passa a comandar o clima na Terra utilizando uma rede monumental de satélites. Durante três anos, a invenção funciona perfeitamente, mas um belo dia coisas malucas pelo planeta começam a matar. Exemplos? Paris fica totalmente inundada e a praia de Copacabana é transformada em uma geleira. E, como sempre em Hollywood, a representação do Rio de Janeiro lembra muito mais Porto Rico do que qualquer cidade brasileira.

    Para consertar o possível defeito na estação, o governo americano, líder do projeto, chama de volta o gênio científico Jake Lawson, papel do ator escocês Gerard Butler (de "300"). Criador da estação e seus equipamentos, Lawson foi demitido logo após o lançamento dos satélites por se recusar a obedecer ordens do Senado americano.

    Seu irmão mais novo, Max (o inglês Jim Sturgess), ocupou seu lugar. E é justamente o caçula, odiado por Jake, que precisa convencer o irmão a ajudar nessa emergência. Rusgas familiares postas de lado, o cientista volta à estação espacial para comandar a atual equipe de controladores e descobrir o defeito. E ele acaba encontrando vestígios claros de sabotagem. Logo em seguida, alguém tenta matá-lo.

    Na Terra, Max também segue pistas de uma sabotagem no projeto, e desperta a ira de poderosos. Seu único apoio é a namorada, que o roteiro gentilmente escala como segurança pessoal do presidente americano (Andy Garcia, coadjuvante de luxo), e uma colega hacker.

    A partir daí, apesar das interpretações rasteiras e um roteiro cheio de coincidência pouco críveis, o filme ganha algum brilho. Os irmãos estão envolvidos nesse enredo de espionagem, como numa aventura de James Bond, enquanto o mundo se despedaça, matando gente à beça.

    O filme é dirigido pelo também produtor e ator Dean Devlin, coadjuvante de longa carreira que tem experiência em filmes de destruição em massa. Ele produziu "Independence Day" (1996) e sua sequência "Independence Day: O Ressurgimento" (2016). A equipe técnica é praticamente a mesma desses filmes, o que rende cenas catastróficas espetaculares.

    Mas isso é o mínimo que se pode esperar com a tecnologia atual. "Tempestade: Planeta em Fúria" seria bem melhor com um roteiro caprichado e um ator mais "heroico" do que o sonolento Gerard Butler.

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    Assista ao trailer de 'Tempestade: Planeta em Fúria'

    Assista ao trailer de 'Tempestade: Planeta em Fúria'

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