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    CRÍTICA

    'Razão para Recomeçar' parece comercial triste de margarina

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    19/10/2017 01h00

    Divulgação
    Jonathan Patrick Moore e Erin Bethea em cena do filme 'Uma Razão para Recomeçar
    Jonathan Patrick Moore e Erin Bethea em cena do filme 'Uma Razão para Recomeçar'

    UMA RAZÃO PARA RECOMEÇAR (ruim)
    (New Life)
    DIREÇÃO Drew Waters
    ELENCO Jonathan Patrick Moore, Erin Bethea e Terry OQuinn
    PRODUÇÃO EUA, 2016, 10 anos
    QUANDO estreia nesta quinta (19)
    Veja salas e horários de exibição

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    Um comercial de margarina interrompido por um drama familiar. A grosso modo, esse é o resumo da vida de Ben Morton (Jonathan Patrick Moore) e Ava Kennedy (Erin Bethea) em "Uma Razão para Recomeçar".

    Amigos desde a infância, os dois se descobrem alma-gêmeas ainda na adolescência e, apesar das turbulências no período do namoro à distância, trocam juras de amor eterno na fase adulta.

    Eis a primeira derrapada do longa-metragem dirigido por Drew Waters. A introdução da trama acontece numa velocidade tão acelerada, que não dá tempo de se envolver de fato com o romance perfeitinho experimentado por Ben e Ava.

    A falta de química entre os atores principais também não ajuda. Não há espontaneidade nos diálogos ou nos gestos -sempre mecânicos e contidos. Ninguém parece muito à vontade em seu respectivo papel.

    Os personagens coadjuvantes tampouco acrescentam. Na pele de Charles, o veterano Bill Cobbs surge do além para virar o conselheiro do mocinho da história com um festival de frases prontas. A presença de Monique Marceau (interpretada por Kelsey Formost), amiga de Ava, só é notada por causa de um grotesco sotaque francês.

    Diante dos tropeços, fica difícil abraçar a proposta despretensiosa do filme: trazer um relato sincero e convincente sobre o cotidiano de um casal apaixonado que enfrenta os mesmos perrengues que qualquer outro. Desgaste devido ao excesso de trabalho, dificuldade para engravidar, uma grave doença etc.

    Falando em doença, não é preciso grandes esforços para adivinhar aonde o roteiro vai desembocar. A harmonia conjugal inabalável de Ben e Ava denuncia que algo bastante sério está prestes a ocorrer. É tudo muito óbvio.

    Como o filme inteiro, aliás. Sem um enredo maior, a narrativa se apoia em clichês do início ao fim. Alguns funcionam, alguns não servem de nada -exceto para reforçar a mensagem (clichê) de superação embutida na trama. A fotografia segue linha semelhante e não sai do arroz com feijão.

    Amarrado à superfície, o romance assinado por Waters é mais água do que açúcar –inodoro, insípido e incolor. Apenas uma história de amor bonitinha como tantas outras, porém conduzida por personagens inexpressivos e pouco cativantes.

    Embora recheado de boas intenções, a verdade é que "Uma Razão para Recomeçar" não consegue dar ao espectador uma razão forte o suficiente para valer a ida ao cinema.

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    Assista ao trailer de 'Uma Razão para Recomeçar'

    Assista ao trailer de 'Uma Razão para Recomeçar'

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