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    Contra censura nas artes, ato reúne manifestantes no vão do Masp

    ISABELLA MENON
    DE SÃO PAULO

    19/10/2017 20h52

    Marlene Bergamo/Folhapress
    ILUSTRADA - Abertura da Mostra Historias de Sexualidade, no MASP. Artistas e Movimentos Sociais se reuniram em frente ao museu para defender a abertura a liberdade de expressão e a arte. 19/10/2017 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017 -
    Grupos protestam durante a abertura para convidados da mostra "Histórias da Sexualidade", no Masp

    "O artista é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo." Essa era a palavra de ordem entoada pelo grupo reunido pelo coletivo #342Artes no vão livre do Masp, nesta quinta (19).

    Os manifestantes se reuniram para protestar contra os recentes episódios conservadores contra manifestações artísticas, como o encerramento prematuro da exposição "Queermuseu" Santander Cultural, em Porto Alegre, e as acusações de pedofilia detonadas apósuma criança interagir com artista nu na abertura do 35º Panorama da Arte Brasil, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

    O objetivo do ato desta quinta era "esclarecer o processo de calúnia que estamos sofrendo", segundo a marchande Márcia Fortes, da Galeria Fortes Vilaça.

    Dentro do museu da av. Paulista, acontecia a inauguração para convidados da exposição "Histórias da Sexualidade", que o próprio Masp classificou como não apropriada para menores de 18 anos.

    "Não lido com o medo [de retaliação à mostra do Masp], lido com o amor e o respeito", explica Fortes. "A arte é importante, um povo sem arte é um povo triste."

    Professor da Ebac (Escola Britânica de Arte Criativa) e artista plástico, Roger Bassetto disse nunca ter achado que "fôssemos precisar fazer esse tipo de manifestação".

    "Arte é subjetividade e não quer dizer só uma coisa, há múltiplas interpretações", diz Bassetto. Na opinião do professor, as pessoas contrárias a essas exposições "precisam classificar tudo como 'isso é pedofilia'". Para ele, é necessário que haja tolerância.

    Além da manifestação, houve também a leitura de uma carta. O documento, que reunia mais de 800 assinaturas de artistas, intelectuais e profissionais de distintas áreas, foi lido no vão do museu pela artista plástica Renata Lucres, antes do início do ato.

    A carta, disponível no site pelademocracia.com, diz que o grupo atua em prol da liberdade de expressão e que "militantes de direita, segmentos de igrejas neopentecostais, alguns políticos de grande responsabilidade pública –e sem espírito republicano–, membros da burocracia de estado no Judiciário, da polícia e do Ministério Público estão atuando em conjunto contra produções e instituições artísticas".

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