Depois de um portal dedicado a fotografias, inaugurado em 2015 pelo IMS (Instituto Moreira Salles) e pela Biblioteca Nacional, dois outros parceiros –Pinacoteca do Estadoe Itaú Cultural– uniram-se à dupla em um novo projeto: o portal Brasiliana de Iconográfica (brasilianaiconografica.art.br ).

O site será disponibilizado ao público a partir desta sexta (27) com mais de 2.500 obras que abordam a história do Brasil desde o descobrimento e até a primeira década do século 20.

O acervo conta com obras de artistas renomados, como o francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848). De acordo com Julia Kovensky, coordenadora de iconografia do IMS, o portal também divulga artistas que "não são tão reconhecíveis por seus nomes".

É o caso de Franz Joseph Frühbeck, que veio ao Brasil como membro da comitiva austríaca que acompanhou a princesa Leopoldina para o casamento com d. Pedro 1º.

Ele registrou a viagem em aquarelas nas quais se pode ver, por exemplo, o dia a dia no interior das embarcações.

Cada instituto destinou ao menos 500 obras de seus acervos para o projeto. O custo do portal, segundo o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, foi de aproximadamente R$ 250 mil.

Para ele, a importância do resultado se sobrepõe ao valor investido. "É exemplo do que museus e instituições podem fazer com seus acervos".

"Ter a possibilidade de fazer essa análise virtual significa trazer o entendimento a um novo patamar."

A maior dificuldade do processo, para as instituições, foi chegar a um consenso sobre a catalogação das obras –no Brasil, não há acordo entre os museus a respeito de como fazê-lo.

"Quando não há padrão, o portal não consegue unir dados", diz Tânia Rodrigues, gerente do núcleo de enciclopédias do Itaú Cultural.

Isso impossibilita, por exemplo, que uma base de dados reúna todos os acervos do país, à semelhança do portal "Jaconde", que agrega todos os museus franceses.

PRIMEIROS PASSOS

Sites de outros países já contam com projetos similares e com acervos bem maiores. Como o portal "Europeana Collections", que possui um acervo superior a 50 milhões de obras de arte, livros e vídeos com conteúdos sobre o continente europeu.

Além disso, aquele portal permite que imagens sejam baixadas, ferramenta que o similar brasileiro não possui.

De acordo com a curadora Angélica Pompílio, não está nos planos integrar essa função ao site –se o usuário precisar de uma imagem, deverá apresentar pedido para a instituição dona do acervo.