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    CRÍTICA

    'Big Pai, Big Filho' tem história rasteira e pouco sofisticada

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    02/11/2017 01h00

    Divulgação
    Cena da animação 'Big Pai, Big Filho', de Jeremy Degruson e Ben Stassen
    Cena da animação 'Big Pai, Big Filho', de Jeremy Degruson e Ben Stassen

    BIG PAI, BIG FILHO (regular)
    (THE SON OF BIGFOOT)
    DIREÇÃO Jeremy Degruson e Ben Stassen
    ELENCO Cinda Adams, Bob Barlen, Laila Berzins
    PRODUÇÃO Bélgica/França, 2017, livre
    QUANDO estreia nesta quinta (2)
    Veja salas e horários de exibição

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    "Big Pai, Big Filho" tinha vocação para ser um bom filme infantil: personagens simpáticos, técnica apurada, visual multicolorido e uma trilha sonora descolada que encaixa com o que se vê na tela.

    Entretanto, a animação belga dirigida por Ben Stassen e Jérémie Degruson enrosca no primordial e acaba entrando para o rol de produções comerciais carentes de criatividade e brilho próprio.

    Tal como em "As Aventuras de Robinson Crusoé" (2016), do mesmo estúdio nWave, o ponto fraco de "Big Pai" reside na história. Rasteira e pouco sofisticada, parece apenas uma reciclagem de tantas outras tramas.

    Adam tem um jeitão meio esquisito, mas, à primeira vista, é um adolescente normal. Sempre perseguido pelos encrenqueiros da escola, vive na mira de um diretor rígido, sofre para fazer amigos e encontrar seu lugar no mundo.

    De repente, coisas estranhas começam a acontecer com o garoto. Os pés esticam e insistem em sair dos sapatos; os cabelos resistem à tesoura e não param de crescer; os ouvidos se tornam capazes de escutar sons a quilômetros de distância.

    Os mistérios se explicam quando ele finalmente conhece seu pai, o lendário e peludo Pé Grande —que decidiu viver escondido na floresta para proteger a família das ambições de uma inescrupulosa multinacional farmacêutica.

    A partir desse reencontro, a dupla tenta recuperar o tempo perdido e se lança numa aventura repleta de ação, descobertas e bichos falantes. Embora bonitinhos e engraçadinhos, os animais se restringem a seguir um script genérico, repetido à exaustão.

    Com um argumento pouco convincente, o núcleo da vilania também não surpreende. À procura do cabelo perfeito (que irá acabar com a calvície do planeta), o maquiavélico dono da HairCo não mede esforços para capturar o Pé Grande e seu DNA. E, claro, o menino enfrentará quem for preciso para ter o pai de volta.

    Apesar das limitações, "Big Pai, Big Filho" cumpre o papel de entreter seu público-alvo. Os traços bem-feitos, os cenários vistosos e o ritmo agitado da narrativa —além do protagonista adorável— ajudam a prender a atenção dos pequenos até o fim.

    Depois, deve cair rápido no esquecimento ou se embaralhar com as lembranças de outra animação qualquer.

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    Assista ao trailer de 'Big Pai, Big Filho'

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