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    41ª Mostra de SP

    'O Pacto de Adriana', sobre ditadura chilena, vence Mostra de São Paulo

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    01/11/2017 21h04

    Divulgação
    Cena do filme 'O Pacto de Adriana
    Cena do filme 'O Pacto de Adriana'

    O documentário chileno "O Pacto de Adriana", filme de estreia da diretora chilena Lissette Orozco, é o vencedor do prêmio do júri da 41ª Mostra Internacional de São Paulo. A vitória do longa, que remói a herança da ditadura militar no país sul-americano, foi anunciada na noite desta quarta (1º).

    No filme, a diretora de 30 anos enfrenta a própria tia, Adriana, tida como um exemplo para a sobrinha até o momento em que se descobre que ela integrou a polícia secreta de Pinochet, responsável por torturas e mortes durante a ditadura militar no país.

    O longa foi escolhido pelo júri internacional da Mostra para levar o troféu Bandeira Paulista, voltado a novos diretores com produções no evento.

    "O Pacto de Adriana" ecoa uma onda de filmes que revisitam as chagas dos períodos militares nos países sul-americanos, caso do brasileiro "Soldados do Araguaia", de Belisario Franca, que aborda as torturas feitas contra os próprios soldados por integrantes da alta cúpula do regime militar.

    Já o Prêmio Petrobras, voltado a produções brasileiras, se dividiu entre "Aos Teus Olhos", de Carolina Jabor, como melhor ficção, e "Em Nome da América", de Fernando Weller, como melhor documentário.

    O primeiro, que já havia levado o prêmio do público no Festival do Rio, trata do linchamento virtual de um professor de natação (Daniel de Oliveira) acusado de beijar um menino. Já o segundo reconta a trajetória de voluntários americanos no Nordeste nos anos 1960, em meio aos temores de que a região fosse abocanhada pelo comunismo.

    Os prêmios do público foram divididos entre quatro títulos. O escolhido como melhor longa de ficção internacional foi "Com Amor, Van Gogh", de Dorota Kobiela e Hugh Welchman, que aplica tinta a óleo sobre frames para recontar a morte do pintor holandês.

    Como melhor documentário estrangeiro, o público elegeu "Visages, Villages", da diretora belga Agnès Varda, em que ela circula com o muralista JR e conversa com anônimos pelo interior da França.

    "Legalize Já", cinebiografia sobre a fundação da banda Planet Hemp, rendeu o prêmio de melhor ficção nacional segundo o público para os diretores Johnny Araújo e Gustavo Bonafé.

    E entre os documentários brasileiros, os espectadores elegeram "Tudo É Projeto", de Joana Mendes da Rocha e Patricia Rubano, sobre a obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

    A Mostra também anunciou nesta quarta (1º) os prêmios da crítica, que escolheu "Gabriel e a Montanha", de Fellipe Gamarano Barbosa, como o melhor filme nacional, e "Custódia", de Xavier Legrand, como melhor internacional.

    O primeiro, inspirado em caso real, narra a jornada de um idealista brasileiro na África. O outro narra a história de um filho cuja guarda é disputada pelos pais.

    A crítica também deu um prêmio especial a "Visages, Villages", de Agnès Varda.

    Já "Yonlu", de Hique Montanari, levou o prêmio da Abraccine, associação brasileira de críticos, que elege o melhor longa nacional de diretor estreante. A obra trata de um adolescente gaúcho com talento musical e tendências suicidas.

    Alguns desses títulos serão reprisados na repescagem, que começa nesta quinta (2).

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