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    Sete anos depois, Madeleine Peyroux traz seus hinos de volta ao país

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    06/11/2017 02h00

    Shervin Laine/Divulgação
    Madeleine Peyroux, tendo ao fundo os músicos que a acompanham no tour de "Secular Hymns", o guitarrista Jon Herington e o baixista Barak Mori
    Madeleine Peyroux, tendo ao fundo os músicos que a acompanham no tour de "Secular Hymns", o guitarrista Jon Herington e o baixista Barak Mori

    Madeleine Peyroux, 43, traz novamente ao Brasil sua mistura franco-americana.Sete anos após sua última turnê no país, a cantora mostra as canções de "Secular Hymns", álbum mais recente, e sucessos de uma carreira que lhe rende comparações com o estilo vocal de Billie Holiday.

    Nascida nos EUA, ela se mudou para Paris aos 13 anos, em 1987. Foi lá que a adolescente se tornou cantora de rua, viajando pela Europa antes de voltar ao país natal e lançar seu primeiro disco, "Dreamland", em 1996.

    Falando à Folha, ela relembra sua vida nas calçadas, e se mostra animada com a chance de ver os músicos de rua em São Paulo.

    "Eu imagino São Paulo um pouco como Nova York, com as pessoas muito ocupadas, trabalhando duro. Então, quando alguém resolve parar e assistir a um artista cantando ou tocando, é porque realmente está interessado. Você tem que fugir do barulho para ser escutado, amplificar o som de alguma maneira."

    Para ela, fazer música na rua é mais do que simplesmente tentar ganhar dinheiro. É uma atitude política, de intervir na vida dos outros.

    "Claro que é um grande serviço para a comunidade. Em grandes cidades há muita gente sem dinheiro, que não pode se dar ao luxo de pagar para ver um músico tocar."

    Peyroux equipara as apresentações na rua aos concertos em auditórios.

    "Cada show é único, mas ali, na rua, mais do que numa casa de espetáculos, é que a gente pode sentir como cada performance é especial, um momento que não se repetirá. Ah, estou entusiasmada com a conversa, falando muito. Acho que tomei muito café", diz, às gargalhadas.

    As constantes viagens, desde jovem, ajudam a manter sua cabeça aberta a novos sons. "Boa parte da melhor música produzida no mundo vem da fusão entre culturas de diferentes países."

    Da música francesa, diz ter aprendido uma maneira passional, dramática e quase teatral de cantar.

    Cita Édith Piaf (1915-1963) e Jacques Brel (1929-1978) como expoentes máximos desse uso de inflexões diferentes e até exageradas, para compensar um tanto de monotonia que ela sente na sonoridade da língua francesa. "Trouxe isso para minhas canções em inglês, eu acho."

    Definida como cantora de jazz e blues, ela fica lisonjeada com as comparações que críticos fazem com Billie Holiday (1915-1959). Principalmente quando canta blues dos anos 1920 e 1930, algo que preserva em seu repertório.

    Desta vez o público brasileiro ouvirá um repertório de músicas que escuta desde criança. "Secular Hymns" traz temas de artistas de blues e gospel, tocados com os músicos que a acompanham há dez anos, Jon Herington (guitarra) e Barak Mori (baixo). Ela produziu o disco, gravado numa pequena igreja.

    "Penso que essas canções criam uma atmosfera agradável, de inocência mesmo, quase uma proteção do mundo lá fora. Gravar numa igreja tem um pouco a ver com isso", explica Madeleine. Para os shows no Brasil, admite que talvez incorpore uma surpresa ou outra. Talvez alguma coisa de bossa nova.

    MADELEINE PEYROUX

    QUANDO E ONDE
    Rio de Janeiro: seg. (6) e ter. (7) às 20h, no Theatro Municipal (praça Floriano, s/n);
    Porto Alegre: qui. (9) às 21h, Teatro do Bourbon Country (av. Túlio de Rose, 80);
    Brasília: sex. (10) às 21h, em Brasília, Centro de Convenções Ulysses Guimarães (SDC Eixo Monumental, Lote 05);
    São Paulo: dom. (12) às 20h (esgotado) e seg. (13), às 21h, no Teatro Bradesco (Bourbon Shopping, r. Palestra Itália, 500);
    Curitiba: ter. (14) às 21h, no Teatro Guaíra;
    Belo Horizonte: qui. (16) às 21h, no Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420)

    QUANTO
    de R$ 30 a R$ 360; ingressos em www.ingressorapido.com.br e bilheteriadigital.com (para Brasília)

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