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    CPI dos Maus-Tratos aprova condução coercitiva de curador do 'Queermuseu'

    ISABELLA MENON
    DE SÃO PAULO

    09/11/2017 15h49

    Reprodução
    Museu de Arte Moderna de SP, Criança tocando homem pelado, menina toca homem nu, Museu de São Paulo
    Museu de Arte Moderna de SP, menina toca em homem nu

    O senador e presidente da CPI dos Maus-Tratos, Magno Malta (PR-ES), aprovou, nesta quarta-feira (8), a condução coercitiva de Gaudêncio Fidelis, curador da exposição 'Queermuseu', cancelada em Porto Alegre após protestos de grupos conservadores que afirmavam que as obras continham incitação à pedofilia.

    Ainda sem data, a medida foi decidida após a ausência de ambos a depoimentos aos quais haviam sido convocados. Eles têm o direito de permanecer em silêncio na CPI que investiga denúncias de violações ao ECA, entretanto Fidelis afirma que falará durante a sua sessão.

    "Não tem cabimento eu ir à uma CPI feita com dinheiro público para prestar esclarecimentos à sociedade e permanecer calado", diz o curador.

    Em entrevista à Folha, o curador discorda com o uso de condução coercitiva, uma vez que justificou a sua ausência na oitiva do dia 4/10.

    Fidelis afirma que entrou com pedido de habeas corpus, que obteve resposta de deferimento apenas na noite que antecedeu à sessão, o que impossibilitou a sua ida à Brasília.

    O senador afirma que a explicação do curador não é válida, pois, segundo ele, o Senado havia enviado as passagens de avião.

    O coreógrafo Wagner Schwartz, que se apresentou nu no MAM-SP e foi alvo de críticas após a interação de uma criança com ele, também será ouvido mediante ação policial. À respeito dele, Magno considera que ele se "evadiou".

    CPI DOS MAUS-TRATOS

    No dia 24 de outubro foi realizada uma das oitivas da CPI sobre a interação de uma criança com um coreógrafo nu durante uma apresentação da performance de "La Bête" no MAM, em setembro.

    Em entrevista à Folha, o senador afirmou que a conclusão da CPI pode "fazer com que eles [curadores, coreógrafo e mãe] sejam indiciados" pelo relator, José Medeiros (PSD-MT).

    Durante a sessão, ele afirmou ainda que a exposição "Queermuseu" -fechada em Porto Alegre- tinha caráter "cristofóbico" ao, por exemplo, retratar Jesus Cristo de forma satirizada.

    O relator José Medeiros afirmou que a CPI não visa apenas investigar o caso do MAM: "é para que possamos dizer se precisamos melhorar a lei de classificação indicativa".

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