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    Passagem da filósofa Judith Butler por Congonhas termina na delegacia

    DE SÃO PAULO

    10/11/2017 13h26

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL. 09.09.2015. Judith Butler filosofa, principal nome das teorias de genero, durante seminario Queer, no Sesc Vila Mariana. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress,ILUSTRISSIMA). ***EXCLUSIVO***
    Judith Butler, um dos principais nomes das teorias de gênero

    Após passagem conturbada em São Paulo, a escritora e filosofa Judith Butler foi alvo de protestos também no aeroporto de Congonhas, na manhã desta sexta (10). Houve confusão entre manifestantes pró e contra a americana.

    Na página oficial do Facebook do Ativistas Independentes, grupo de direita, um vídeo mostra o momento em que duas protestantes com placas contra Butler gritam "você não é bem-vinda aqui" e passam a tachá-la de "assassina de criança" e "destruidora da família".

    Procurado pela Folha, o ator Alexandre Frota, que considera Butler "anarquista sexual", elogiou o protesto. "Parabéns pelas idealizadoras do evento que representaram milhões de brasileiros que não aceitam essa ideologia".

    No Twitter ele escreveu que "estávamos a espera dela no aeroporto de Congonhas e ela teve que ouvir".

    tweet alexandre frota

    Após uma mulher se sentir ofendida por uma das manifestantes do grupo que protestava contra Butler, foi realizado um boletim de ocorrência para investigar injúria racial e ambas as partes foram liberadas. A Polícia Civil do Aeroporto informa que não houve agressão física.

    PROTESTO

    Na terça-feira (7), a participação da filósofa Judith Butler em um seminário em São Paulo reuniu dois grupos de manifestantes (prós e contrários) na frente do Sesc Pompeia.

    Professora da Universidade da Califórnia, em Berkeley (Estados Unidos), Butler é um dos principais nomes no estudo de gêneros e na teoria queer. No seminário desta terça, esse não foi o foco.

    Ela falou sobre a democracia como a conquista de uma luta diária, e também ressaltou a necessidade de mais diálogos e da compreensão da linguagem e da comunicação como ferramentas para refutar as possibilidades de autoritarismo.

    Durante as semanas que antecederam a vinda da filosofa ao país -para o seminário "Os Fins da Democracia" (de 7 a 9 de novembro, no Sesc Pompeia)-, uma petição online foi organizada no site CitizenGo e reuniu mais de 300 mil assinaturas pedindo o cancelamento do evento.

    Na segunda (6), a filosofa foi à Unifesp, onde falou sobre o seu livro "Caminhos Divergentes: Judaicidade e Crítica do Sionismo" (ed. Boitempo).

    No evento, ela defendeu que criticar a atuação política do Estado de Israel contra o povo palestino não é o mesmo que criticar o judaísmo. No meio da palestra, uma mulher saiu gritando "protejam nossas crianças".

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