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    Júlio Andrade disputa como melhor ator no Emmy Internacional

    JULIA ALVES
    DE SÃO PAULO

    20/11/2017 02h00

    Divulgação
    Thogun (a esq) e Julio Andrade em cena de 'Um Contra Todos', de Breno Silveira
    Thogun (a esq) e Julio Andrade em cena de 'Um Contra Todos', de Breno Silveira

    O Brasil recebeu nove indicações ao Emmy Internacional, premiação que celebra o melhor da televisão. Neste ano, foram 44 indicados de 18 países, em 11 categorias.

    Concorrendo como melhor ator está Júlio Andrade por seu papel na série "1 contra Todos", de Breno Silveira.

    "Eu sabia que seria um projeto de qualidade, mas não esperava tanto sucesso", conta Andrade à Folha. "Estamos no começo dessa onda de séries no Brasil, e eu não sabia onde iríamos chegar."

    Em "1 contra Todos", o ator vive Cadu, um advogado que acaba preso injustamente acusado de cometer tráfico de drogas na primeira temporada. Na temporada seguinte, que estreou em setembro na Fox, o protagonista ingressa na política e se vê incapaz de manter os seus ideais.

    "A primeira temporada foi mais difícil porque foi claustrofóbica. Quando você atua durante meses em um lugar como a cadeia, acaba se sentindo preso", conta. "Mas todas as cenas são cenas. Tenho que estar inteiro, concentrado. É uma imersão."

    Ele, que em 2017 também protagonizou a série "Sob Pressão", da Globo, atribui o sucesso das suas últimas empreitadas na TV aos diretores, que vieram do cinema.

    "Foram projetos feitos artesanalmente. Independentemente de ser produto televisivo, estes diretores trouxeram o cuidado e a preocupação estética do cinema."

    Para Silveira, que também dirigiu o ator no longa "Gonzaga: de Pai para Filho", lançado em 2012, Andrade é um "monstro".

    "Quando tive a ideia da série, só pensava nele", afirma o diretor. "O que fizemos com Cadu foi uma barbaridade. Ele se transforma completamente quando vai para a cadeia, e sai dela transformado novamente. Foi preciso muito talento."

    Tanto "1 Contra Todos" quanto "Sob Pressão" se passam em universos que não costumam ser exibidos na televisão. A primeira retrata a realidade do sistema carcerário; a outra, um hospital público do Rio de Janeiro. Para o ator, todo projeto artístico tem cunho político e social.

    "Como artista, vejo que estou cumprindo minha função quando meus projetos geram discussões sobre o momento que o país está vivendo."

    Com dezenas de filmes no currículo, o ator afirma que o cinema é sua paixão, mas que procura bons personagens em qualquer meio.

    "A dedicação e o comprometimento são sempre os mesmos. A indicação ao prêmio é um sinal de que estou no caminho certo."

    Apesar do apego à telona, ele explica que a possibilidade de continuar a trajetória de um personagem foi o que chamou atenção nas séries.

    "Você está completamente por dentro de quem é aquela pessoa e de tudo o que ela passou. A primeira temporada me trouxe muitas descobertas. Na terceira, o Cadu já está aqui. Sinto que sou ele."

    Os vencedores do Emmy Internacional serão conhecidos na noite desta segunda-feira (20), em cerimônia realizada em Nova York.

    Andrade diz que é "uma loucura estar no meio de tantas pessoas talentosas de todo o mundo", mas diz que "se não ganhar, a vida segue".

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