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    Moda

    Jovens põem em xeque império do salto alto e desafiam joalheria clássica

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    22/11/2017 02h00

    Keiny Andrade/Folhapress
    O empresário Alexandre Birman na loja da Fiever, na rua Oscar Freire, em São Paulo
    O empresário Alexandre Birman na loja da Fiever, na rua Oscar Freire, em São Paulo

    Se é certa a máxima de que o calçado representa o estilo de uma pessoa, o mundo desceu do salto e anda relaxado.

    Após o reinado despótico do salto alto, os tênis ganharam o consumo de alto padrão e de massa, da corrida à festa.

    Chanel, Christian Louboutin, Adidas, Balenciaga. Rara é a marca que não tenha apostado no acessório. O empresário Alexandre Birman, dono do grupo Arezzo e designer do ano pela Associação dos Calçados de Moda de Nova York, criou uma marca só para esse símbolo do uniforme jovem: a Fiever (alusão a febre, em inglês).

    Sem abandonar o poder do salto em sua marca homônima, fundou a etiqueta para responder "ao desejo de pessoas ativas, que usam tênis em todas as ocasiões".

    "Hoje se vende mais calçados sem salto. O posicionamento do luxo está direcionado para essa ideia mais casual da vida. Quem está fazendo isso tem conquistado uma gama maior de clientes porque é um acessório que não agrada só aos jovens", diz Birman.

    Ele explica que a mudança de perfil dos clientes não pode significar desvios.

    "Mudar discurso implica em custos altos de comunicação e produção. No nosso caso, preferimos criar uma nova marca, com uma outra realidade, para criar um equilíbrio, diversificar o grupo."

    Brilhos, pedrarias, grafismos e colorido são características dos tênis de luxo.

    O designer francês Christian Louboutin, famoso pelos escarpins de sola vermelha, lançou uma linha só de tênis assinados por artistas. A concorrência não ficou para trás.

    Uma das grifes de calçados prediletas de jovens como a cantora Rihanna e a modelo Bella Hadid, a italiana René Caovilla deu vida nova ao seu portfólio ao implementar as peças do momento.

    "Era necessário preservar o legado do meu avô, mas modernizar a marca. A geração "millennial" busca valor agregado, produtos feitos à mão e querem saber todo o processo de produção por trás da peça", diz o diretor criativo da grife, Edoardo Caovilla. Ele acaba de abrir a primeira loja da marca no país, no shopping Cidade Jardim, em SP.

    A readequação do mercado de acessórios ainda é tímida na joalheira, ponta mais cara do vestuário de luxo. A grife americana Tiffany & Co. foi a primeira das marcas centenárias a mirar as novas gerações.

    Além de lançar peças customizáveis, raridade no mundo de vaidades da joalheria, transformou a cantora Lady Gaga em sua modelo.

    "Jovens entraram na loja procurando a 'coleção da Lady Gaga'", diz a diretora da Tiffany, Luciana Marsicano.

    "Todas as clientes apreciam a beleza de um diamante, mas a cliente mais jovem busca peças mais usáveis, que vão do dia para a noite."

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