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    Crítica

    Filme 'Pai em Dose Dupla 2' não sabe aproveitar carisma dos atores

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    23/11/2017 01h00

    Divulgação
    Will Ferrell e Mark Whalberg em cena do filme 'Pai em Dose Dupla 2'
    Will Ferrell e Mark Whalberg em cena do filme 'Pai em Dose Dupla 2'

    PAI EM DOSE DUPLA 2 (bom)
    (Daddy's Home 2)
    DIREÇÃO Sean Anders
    ELENCO Will Ferrell, Mel Gibson, Mark Whalberg e John Lithgow
    PRODUÇÃO EUA, 2017, 10 anos
    QUANDO estreia na quinta (23)
    Veja salas e horários de exibição

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    "Pai em Dose Dupla" foi uma das comédias engraçadas dos últimos anos. Nada inovadora. Apenas um bom texto, atores que despertam simpatia na plateia e nenhuma ambição além de oferecer duas horas de escapismo.

    Dois anos depois, sua sequência não é exatamente uma continuação. A melhor definição de "Pai em Dose Dupla 2" é ser uma "ampliação" do primeiro.

    O número de protagonistas dobrou. O enredo original tinha Will Ferrell como Brad, o padrasto bonachão que vê seu enteado Dylan perder o interesse por ele com a reaparição do pai do garoto, Dusty, papel de bad boy charmoso vivido por Mark Wahlberg. Claro que, depois do encantamento do menino pelo pai motoqueiro, ele vai entender que o padrasto também é bacana, mas de um outro jeito.

    No novo filme, o clima de disputa retrocede uma geração. Nas festas de fim de ano, os avós de Dylan vão dar as caras e cada um é a versão mais radical do filho. E o grande trunfo da produção é a escalação dos vovôs.

    John Lithgow é Don, ainda mais gente boa e caretão do que Brad. Mas quem rouba a cena é Mel Gibson, canastrão no papel do vovô Kurt. A escolha é imbatível. Ajuda o fato de Gibson ser realmente uma versão mais velha de Wahlberg. Ambos são nomes de filmes de ação com apelo junto ao público feminino e aproveitam todas as brechas para brincar com o próprio tipo.

    Kurt é ainda mais sexista do que o filho, e uma ou outra piada remete involuntariamente à atual temporada de revelação de casos de assédio sexual em Hollywood. Num filme "sério", o comportamento de Kurt poderia causar rejeição. Mas aqui sua pretensa agressividade com as mulheres soa divertida, inofensiva e caquética.

    "Pai em Dose Dupla 2" se ressente de um roteiro melhorzinho. Se é possível perdoar obviedades no primeiro filme, a utilização de ideias repetidas neste novo longa passa uma dose grande de preguiça.

    Ferrell e Lithgow têm o tempo ideal de comédia. Gibson e Wahlberg exibem charme rude para ganhar o público, sem tanto refinamento dramático. Se o diretor Sean Anders conseguir viabilizar uma pretendida terceira aventura, precisa dar um material mais engraçado para seu bom grupo de atores.

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    Assista ao trailer de 'Pai em Dose Dupla 2'

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