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    Com 'abraçaço' de quarteirão, artistas fazem ato pelos teatros do Bexiga

    DE SÃO PAULO

    25/11/2017 12h00

    Reprodução
    Cartaz do ato Domingo no Parque, promovido por grupos como o Teatro Oficina e o Salvar o TBC
    Cartaz do ato Domingo no Parque, promovido por grupos como o Teatro Oficina e o Salvar o TBC

    Neste domingo (26), artistas se reúnem num ato, no bairro paulistano do Bexiga, chamado Domingo no Parque.

    Organizada pelo Teatro Oficina, em parceria com a comissão Salvar o TBC, a Casa de Dona Yayá e outros espaços culturais do bairro, a manifestação é uma resposta à especulação imobiliária da região e visa a manutenção desses centros de cultura.

    O início será em frente ao Oficina, com um rito ecumênico do qual participam o pastor Henrique Vieira, o padre Antônio Sagrado Bogaz e o pai de santo Márcio Teles, entre outros religiosos.

    Depois haverá um coro, coordenado pelo Coral da USP - Casa de Dona Yayá e pelo músico Celso Sim. O percurso segue pelas ruas do Bexiga, passando pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), no qual a atriz Camila Mota "ressuscita" como Cacilda Becker. Ali haverá falas de Denise Fraga, Celso Frateschi e Sérgio Mamberti sobre o Salvar o TBC.

    A seguir, o grupo guiará o público num "abraçaço" do quarteirão do Oficina e do terreno vizinho, que pertence ao Grupo Silvio Santos e é motivo de embate, há 37 anos, entre a companhia (que quer fazer da área um parque) e a empresa do apresentador (cujo projeto é construir torres).

    Ao fim, o ato retorna ao Oficina para uma festa carnavalesca, da qual participam os blocos Fuá e Ilú Oba de Min, além de DJs e outros músicos.

    Também estarão presentes nomes como o vereador Eduardo Suplicy (PT), Guilherme Boulos, do MTST, o urbanista e colunista da Folha Nabil Bonduki e a cantora e compositora Leci Brandão.

    HISTÓRICO

    O ato acontece cerca de um mês após o Condephaat, órgão estadual de defesa do patrimônio, reverter uma decisão de 2016 que proibia a construção de torres, pelo grupo de Silvio Santos, no terreno vizinho do Oficina.

    A companhia argumenta que o empreendimento fecharia a vista do teatro –cujo edifício, projeto de Lina Bo Bardi, é tombado. Já tramita na Câmara dos Vereadores um projeto de lei para que área seja transformada num parque.

    Ocorre, também, em meio a uma polêmica sobre o TBC, espaço tombado pelo patrimônio histórico há 35 anos e fechado desde 2008, quando foi comprado pela Funarte. Em agosto passado, o Ministério da Cultura anunciou que iria conceder a administração da casa à iniciativa privada.

    A decisão levou artistas a criarem a comissão Salvar o TBC, que reúne o crítico e pesquisador teatral Alvaro Machado, a atriz Denise Fraga, o produtor Guilherme Marques, o diretor Ruy Cortez e o pesquisador Stênio Dias Ramos, entre outros nomes.

    Eles argumentam que a privatização reduziria a diversidade cultural do TBC, cuja reforma já custou à Funarte cerca de R$ 15 milhões.

    *

    DOMINGO NO PARQUE
    QUANDO dom. (29), a partir das 15h (concentração às 14h)
    ONDE saída do Teatro Oficina, r. Jaceguai, 520

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