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    Crítica

    Sete anos depois do último filme, 'Jogos Mortais' não ressuscita

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    30/11/2017 19h38

    JOGOS MORTAIS: JIGSAW (ruim)
    (JIGSAW)
    DIREÇÃO Michael e Peter Spierig
    ELENCO Tobin Bell, Matt Pasmore, Laura Vandervoort
    PRODUÇÃO EUA, 2017, 16 anos
    Veja salas e horários de exibição

    *

    O oitavo filme da franquia de terror "Jogos Mortais" chega aos cinemas sete anos depois do longa anterior, então anunciado —até no título— como o capítulo final da saga macabra de sucesso.

    Os produtores divulgaram que "Jogos Mortais: Jigsaw" só saiu agora porque, finalmente, depois de analisarem desde 2010 uma centena de propostas de roteiro, apareceu uma boa história que merecia ser filmada.

    Fica difícil imaginar a péssima qualidade dos outros 99 roteiros, já que este que ganhou sua versão nas telas é sonolento, preguiçoso e nada surpreendente. Mesmo com um pretensioso "final surpresa" que certamente vai dividir opiniões.

    Dez anos depois da morte de John Kramer, o psicopata assassino por trás da persona Jigsaw (a palavra em inglês significa "quebra-cabeças"), incautos voltam a ser sequestrados e em seguida submetidos a torturas cruéis.

    Os métodos desses crimes apontam para a volta (seria ressurreição?) de Jigsaw ou para o surgimento de um seguidor disposto a louvar o legado do serial killer.

    Desde o filme original, de 2003, "Jogos Mortais" repete a fórmula: vítimas aleatórias são aprisionadas numa câmara imunda e precisam cumprir tarefas ingratas para conseguir sair vivas dali.

    São desafios aterrorizantes, nos quais um dos presos terá de matar outro para vencer a disputa. Com níveis de violência nauseantes, como estripar um parceiro de infortúnio para tirar de dentro dele a chave que supostamente abrirá a porta da cela.

    Em sete filmes, a imaginação delirante e perversa dos roteiristas embrulhou muitos estômagos nas salas de cinema, em filmes progressivamente piores. Depois do intervalo longo até este retorno da série, o mínimo que se poderia esperar era um filme com desfile revigorado de torturas e mortes bizarras.

    Mas "Jigsaw" não supera obviedades na construção das armadilhas à espera das vítimas. Recicla ideias dos episódios anteriores e não justifica o preço do ingresso.

    Diretores alemães radicados nos EUA, os irmãos Michael e Peter Spierig não conseguem repetir aqui o ritmo de seu policial sci-fi muito bacaninha "O Predestinado" (2014), com Ethan Hawke.

    Sem sequências angustiantes e bem sacadas na sala de tortura, praticamente não resta nada divertido para ver.

    O elenco é sofrível. A única a deixar evidentes condições de avançar na dramaturgia é Laura Vandervoort, conhecida como a Supergirl da série "Smallville".

    Os irmãos Spierig tinham a missão de reformatar "Jogos Mortais" para uma nova geração. Não conseguiram.

    Assista ao trailer de 'Jogos Mortais: Jigsaw'

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