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    Espetáculo discute a memória e os ritos de povoados 'apagados'

    MARIA LUÍSA BARSANELLI
    DE SÃO PAULO

    03/12/2017 02h00

    Lenise Pinheiro/Folhpress
    Cena da novela "Jamais Te Esquecere" que i foi ao ar em 2003 pelo SBT; a atriz Ana Maria Nascimento e Silva, que morreu hoje, em 30 de novembro de 2017. Foto: Reprodução DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM
    O ator Caio Franzolin durante ensaio do espetáculo 'Enquanto Chão'

    É com uma celebração, inspirada nas festas do Divino Espírito Santo, que A Próxima Companhia recebe o público em "Enquanto Chão", espetáculo que o grupo paulistano estreia neste fim de semana no Sesc Ipiranga.

    Trata-se de uma representação de duas comunidades brasileiras e como elas foram completamente modificadas pela construção de uma represa –a ilha de Canela, no Tocantins, hoje é explorada turisticamente– e pela edificação, em Patrimônio (MG), de prédios residenciais.

    "A festa, para eles, é um instrumento de resistência", afirma o ator Caio Franzolin, que conduz o espetáculo, dirigido por Rafaela Carneiro.

    Ele participou por três anos de uma pesquisa denominada "Intervenção Urbana como Tática Arte-Educativa: Encontro com Foliões", visitando os povoados, especialmente em épocas de festividade.

    Em cena, Franzolin convida os espectadores a se sentarem ao redor da cena –o formato em arena, explica a diretora, é uma forma de aproximar as pessoas. Logo de início, o público é chamado a ajudar nos preparativos: recorta e coloca bandeirinhas, ajeita as lâmpadas coloridas, arruma a mesa.

    O ator não segue uma narrativa linear, mas uma dramaturgia próxima da memória.

    Ele alterna momentos explicativos, em que discorre sobre a história das duas comunidades; cenas nas quais dá sequência às festividades, servindo café e convidando os espectadores a dançarem; e outras em que mimetiza os moradores das regiões.

    Também apresenta fotos e objetos dos locais, reproduzindo as visitas às comunidades e buscando compreender como essas populações enxergam as mudanças e de que maneira tentam manter as suas tradições.

    Como diz Franzolin em uma das cenas: "Memoriar o que não pode se perder, o que não pode deixar de ser".

    *

    ENQUANTO CHÃO
    QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 19h30, dom., às 18h30; até 17/12 e de 5 a 7/1 (sessão extra no dia 15/12, às 17h)
    ONDE Sesc Ipiranga - auditório, r. Bom Pastor, 822, tel. (11) 3340-2000
    QUANTO R$ 6 a R$ 20
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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