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    Gregorio Duvivier lança antologia de poesia engraçada amanhã em SP

    MAURÍCIO MEIRELES
    COLUNISTA DA FOLHA

    04/12/2017 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    O humorista, ator e escritor Gregorio Duvivier
    O humorista, ator e escritor Gregorio Duvivier

    "O céu é do poeta –como o chão é do humor." É com afirmações assim que Gregorio Duvivier apresenta a "Breve Antologia da Poesia Engraçada", que chega agora às livrarias e quer arrancar sorrisinhos do leitor.

    Duvivier fugiu dos poetas que dizem ó céu, ó vida, ó mar –e foi atrás dos versos que estão aqui embaixo, andando no meio dos pedestres.

    A maioria dos eleitos é do século 20 para cá, do modernismo aos poetas contemporâneos, passando pela turma da poesia marginal ali no meio –a exceção é Gregório de Matos e sua boca do inferno.

    Fazem parte da lista nomes como Chacal, Cacaso, Millôr Fernandes, Francisco Alvim, Mário de Andrade, Mário Quintana, Zuca Sardan e autores mais contemporâneos como Alice Sant'Anna e Bruna Beber, entre outros.

    SEM TERNO

    Duvivier, colunista da Folha, conta que, criança, desenvolveu o gosto pela poesia ao ler versos engraçados, como quando foi apresentado a "Quadrilha", de Drummond. Antes disso, achava que, para falar em verso, "fiz" se dizia "fizera".

    "Achava antes que todo mundo [os poetas] falava um pouco como o Temer: dizê-lo-ia, fazê-lo-ia. Mas, desde 1922, a poesia tirou o terno. E senti que essa poesia falava para mim", diz ele, cujo tataravô era poeta simbolista –não é engraçado?

    "Na escola, a gente é introduzido à literatura através do José de Alencar ou então daqueles romances históricos, mas acho uma péssima maneira."

    Um exemplo de texto no livro é um poema curto de Millôr: "Tudo que eu digo, acreditem,/ Teria mais solidez/ Se, em vez de carioquinha,/ Eu fosse um velho chinês".

    Aluno na faculdade de Paulo Henriques Britto –que formou toda uma geração de poetas no Rio–, Duvivier vê o humor se fortalecer entre os poetas atuais, que teriam perdido um "ranço acadêmico".

    Claro, não só na poesia, diz. A piada vive um momento forte no Brasil e se tornou um espaço de contestação.

    "Talvez porque o rock tenha ficado reacionário, o humor pode ser o novo rock. A juventude, tanto à direita quanto à esquerda, vai buscar nele seus ícones de contestação."

    Ele acrescenta que os humoristas deviam aprender com os poetas e trazer a poesia para si. "Às vezes os humoristas têm pouca poesia, pouco afeto."

    BREVE ANTOLOGIA DA POESIA ENGRAÇADA
    ORGANIZADOR Gregorio Duvivier
    EDITORA Ubu
    QUANTO R$ 39,90 (64 págs.)
    LANÇAMENTO ter. (5), às 19h30, no Al Janiah - r. Rui Barbosa, 269, tel. (11) 98392-9246

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