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    Príncipe ligado ao expurgo na Arábia Saudita comprou quadro de Da Vinci

    DE SÃO PAULO

    06/12/2017 22h14

    O príncipe Bader bin Abdullah bin Mohammed bin Farhan al-Saud é o misterioso comprador da "Salvator Mundi", a obra de arte mais cara já vendida na história, revelou nesta quarta (6) o jornal "The New York Times".

    A tela de Leonardo Da Vinci retratando Cristo com uma esfera de cristal na mão foi adquirida pelo príncipe saudita por US$ 450,3 milhões, em leilão em Nova York no dia 15 de novembro.

    Sem um histórico de colecionador de arte, o príncipe Bader surpreendeu até os especialistas da Christie's, a casa de leilões que negociou "Salvator Mundi".

    A casa tinha dúvidas sobre o interessado mesmo após o depósito de US$ 100 milhões necessário para se qualificar a participar do leilão. Ele fez seus lances pelo telefone.

    O valor pago pela obra é mais do que o dobro dos US$ 179,4 milhões desembolsados por uma tela de Picasso em 2015, que era, até então, a mais valiosa arrematada em venda pública.

    A aquisição vultosa de uma obra que contraria os preceitos islâmicos e cuja autoria é questionada –muitos críticos atribuem a obra a um discípulo de Da Vinci – contrasta com o momento no país.

    A Arábia Saudita passa por um expurgo contra corrupção no seio da elite local.

    O comprador da tela vem de um ramo menos importante da família real, mas é próximo do líder do expurgo, o herdeiro do trono, Mohammed bin Salman, 32.

    Entre outros elos profissionais, ele foi nomeado pelo rei Salman para uma comissão, chefiada pelo príncipe Mohammad, que planeja o desenvolvimento turístico de uma zona arqueológica.

    O príncipe Bader não respondeu aos questionamentos do "New York Times", mas o Louvre de Abu Dhabi postou em sua página no Twitter a informação de que o quadro irá para lá.

    A instituição inaugurou em novembro sua sede na capital dos Emirados Árabes Unidos –cujo herdeiro real é próximo do herdeiro saudita.

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