Relatório da consultoria europeia RepRisk divulgado no mês passado classifica a Petrobras como uma das dez empresas mais controversas do setor de petróleo. O ranking leva em conta aspectos ambientais e sociais.
A RepRisk foi citada pelo "Financial Times" como uma das poucas empresas capazes de dizer "eu avisei" após o acidente em abril com uma plataforma da BP (British Petroleum) no golfo do México.
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Nos últimos quatro anos, a RepRisk classificou a BP como empresa de alto grau de exposição a risco. Em 2009, ela fez parte da lista das dez empresas mais controversas do mundo.
Segundo Karen Reiner, gerente de projeto da RepRisk, desde o acidente, aumentaram as críticas a projetos semelhantes de perfuração em águas profundas.
"Isso indica que há uma conscientização crescente e uma preocupação com o que pode acontecer nesse tipo de perfuração, o que pode resultar em uma melhor regulação e transparência para a indústria. Essa será uma mudança gradual", disse.
Em agosto, a pontuação da Petrobras ficou em 55 (o ranking varia de zero a 100). Notas entre 50 e 75 se referem a empresas de alto grau de exposição a risco. A primeira vez que a Petrobras alcançou um patamar superior a 50 foi em julho deste ano.
O cálculo leva em conta informações divulgadas por jornais, blogs, ONGs, entre outras fontes. A avaliação é feita por analistas de risco de acordo com padrões internacionais, como o Pacto Global das Nações Unidas.
A primeira colocada em agosto foi a BP. A lista inclui ainda nomes como a Chevron e a Total.
Os projetos da empresa com maior volume de críticas foram o campo de Tupi e o lote 117, exploração em parceria com a Ecopetrol no Peru, entre outros.
As principais queixas se referem a impactos nos ecossistemas e nas comunidades.
Para Claudio Serra, especialista em ambiente da Uerj, após o acidente da BP, as empresas vão se voltar cada vez mais para minimizar os riscos da atividade exploratória, com mais investimentos em prevenção de acidentes.
DESCONHECE
A Petrobras informou em nota que desconhece o ranking e a metodologia de cálculo. "A empresa estranha um ranking construído somente com base na avaliação de exposições na mídia, sem considerar entidades e instituições de referência em questões socioambientais."
A companhia destacou ainda que em 2010 ficou entre as cem empresas mais sustentáveis do mundo no ranking Global 100, da revista canadense "Corporate Knights", especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.