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    Dólar fecha a R$ 2,393, maior preço desde agosto, e Bolsa cai

    DE SÃO PAULO

    02/01/2014 17h24

    O dólar iniciou 2014 em alta em relação ao real, em uma quinta-feira de poucos negócios e marcada por um aumento generalizado da aversão ao risco nos mercados internacionais.

    No primeiro pregão do ano, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com alta de 1,31%, a R$ 2,393, o maior patamar desde 27 de agosto, quando a moeda fechou a R$ 2,395. Pela manhã, a moeda americana chegou a bater R$ 2,40 pela primeira vez desde agosto, mas perdeu força.

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    Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 1,44%, a R$ 2,391, o maior valor desde 22 de agosto (R$ 2,432).

    De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o baixo número de negócios no mercado cambial intensificou a volatilidade em torno da moeda. Na Bolsa, foram negociados R$ 5,6 bilhões, cerca de 25% menos do que a média diária de 2013 (R$ 7,4 bilhões).

    "Esses dois dias (quinta e sexta-feira) são dias de negócios reduzidos por estarem entre o feriado de Ano-Novo e o final de semana. Muitos investidores ainda estão viajando. Então qualquer compra -uma importação, por exemplo- ou qualquer venda -atividade regular de uma multinacional- que não causariam danos em um dia comum dão uma impressão distorcida em um dia de poucos negócios", diz.

    Nesta quinta-feira o Banco Central deu início a seu novo modelo de atuação no mercado cambial. Seguindo os novos moldes de seu programa de leilões diários, o BC ofereceu 4.000 contratos de swap cambial -que equivalem a uma venda futura de dólares- com vencimento em 2 de maio por US$ 199 milhões. Com isso, a quantidade de dólares no mercado diminui.

    No ano passado, o BC oferecia 10 mil contratos por dia nas ofertas de swap cambial tradicional de segunda a quinta-feira, e realizava também leilões às sextas-feiras de dólares com compromisso de recompra. Mas, depois que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou o corte dos estímulos que dá à economia dos Estados Unidos, o BC decidiu reduzir a oferta de dólares em suas intervenções diárias.

    A interpretação de analistas foi a de que a redução dos estímulos nos EUA -de US$ 85 bilhões mensais para US$ 75 bilhões- será progressiva e que os juros daquele país não deverão subir até 2015, o que diminui o risco de uma disparada do dólar no Brasil em razão de uma eventual fuga de capitais para os EUA, na esteira da recuperação da economia americana, justificando a medida do BC brasileiro.

    Dados negativos da China também pressionam em alta a moeda americana nesta quinta-feira.

    O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) -que mede a atividade industrial chinesa- divulgado pelo governo caiu de 51,4 em novembro para 51 no mês passado, o que aponta para uma desaceleração da segunda maior economia do mundo no último trimestre de 2013.

    A desaceleração também foi apontada pela pesquisa do HSBC/Markit, cujo PMI caiu para mínima de três meses, de 50,8 em novembro para 50,5 em dezembro. A leitura desta quinta-feira ficou inalterada ante o dado preliminar divulgado no mês passado.

    "Sempre que tem dado ruim da China mexe com o mercado, pois aumenta a fuga dos investidores de ativos de risco de países emergentes. O investidor está mais cauteloso", afirma.

    BOLSA

    O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, começou o ano com desvalorização e caiu 2,26%, aos 50.341 pontos.

    A Bolsa reagiu ao mau humor internacional provocado pelos dados ruins da China, afirma Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. "Os indicadores de atividade industrial vieram fracos, trazendo preocupações em relação ao 'pouso suave' chinês", diz.

    Ele lembra que o volume financeiro na Bolsa está abaixo do negociado em dias normais. Hoje, foram negociados R$ 5,5 bilhões.

    De acordo com Ricardo Nogueira, superintendente de operações da corretora Souza Barros, os investidores também aproveitaram o dia para embolsar parte dos lucros de segunda-feira, quando o Ibovespa subiu 0,46%.

    "Hoje e amanhã vão ser dias fracos em termos de volume e de expressão das cotações. Muitos investidores estão aproveitando para ajustar suas carteiras, aproveitando a agenda fraca da semana", afirma.

    As ações da mineradora Vale, que representam 11,53% do Ibovespa, registraram forte queda nesta quinta-feira. Os papéis preferenciais da empresa -mais negociados- tiveram baixa de 2,47%, a R$ 31,92. Já os ordinários -com direito a voto- tiveram baixa de 2,52%, a R$ 34,81.

    Folhainvest

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