• Mercado

    Saturday, 04-May-2024 11:46:05 -03

    Análise: Mundo está encolhendo para produtos fabricados no Brasil

    ÁLVARO FAGUNDES
    EDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO"

    03/01/2014 03h00

    A queda de 87% no saldo positivo do comércio brasileiro com o exterior não reflete apenas os problemas no câmbio e de competitividade do país, mas também é um sinal de como o mundo está cada vez menor para os produtos fabricados por aqui.

    O superavit no ano passado de meros US$ 2,6 bilhões é um dos preços que se paga quando se tem a economia que menos celebra acordos de investimento entre os países do G20 (grupo das grandes potências globais).

    O reflexo é que no ano passado o país perdeu espaço no comércio com grandes parceiros. Foi o caso dos EUA, por exemplo, onde nossa fatia caiu de 1,45% das importações americanas, em 2012, para 1,24%, em 2013.

    O mesmo cenário se repetiu na Alemanha: 0,58%, em 2012, para 0,39%, no ano passado. E mesmo na vizinha Argentina -a participação ficou 0,1 ponto percentual menor em relação a 2012.

    Mas não são apenas nos mercados que tradicionalmente compram os produtos industrializados brasileiros em que houve perda de espaço. O mesmo cenário se repetiu nos grandes compradores de matérias-primas.

    Na China, principal mercado para nossas exportações, a participação do país nas compras da segunda maior economia global foi reduzida para 2,81%, 0,11 ponto percentual menos que em 2012.

    No caso do Japão (segundo maior mercado para o minério de ferro brasileiro), a queda foi ainda mais forte: de 1,54% para 1,20% em 2013.

    A perda percentual nesses mercados pode parecer pequena, mas representam muitas vezes centenas de milhões de dólares.

    E o mercado global deve ficar ainda menor nos próximos anos para o país, quando os EUA e a União Europeia devem fechar o seu tratado de livre-comércio.

    Até por isso, o governo brasileiro agora tenta apressar um acordo comercial com os europeus, cujas negociações iniciaram em 1999 e estavam em banho-maria, mas que agora são vistas como tábua de salvação para evitar o isolamento comercial do país.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024