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    Venda de caminhões cresce 11% em 2013

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    03/01/2014 03h00

    A safra recorde de grãos, que congestionou os portos e as estradas do país em 2013, ajudou o setor de caminhões a fechar o ano com um crescimento de 11% nas vendas.

    Os dados preliminares do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), a que a Folha teve acesso, mostram que o aumento das vendas concentrou-se em caminhões extra-pesados, predominante usados para escoar produtos do agronegócio.

    Nessa categoria -de veículos com carga acima de 45 toneladas -, as vendas aumentaram 40% em 2013.

    Nas demais áreas, que atendem mercados como a indústria e a construção civil, o crescimento foi bem mais moderado, de 1%. Ao todo, foram vendidos 151,9 mil caminhões no ano passado.

    O setor é um termômetro importante de investimentos da economia, uma vez que empresários compram esses veículos (em média a R$ 150 mil) para escoar a produção.

    O aumento das vendas mostra que o setor de caminhões reverteu parte das perdas de dois anos atrás, quando o número de unidades
    comercializadas caiu 20%.

    Em 2012, o mercado foi afetado pela mudança de motores, que aumentou o preço dos veículos em 15%.

    Apesar da recuperação, o patamar ainda não voltou ao observado antes da mudança. Em 2010, foram vendidos 157 mil caminhões.

    Maior fabricante do país, com 27% do mercado, a MAN Latin America (que fabrica caminhões da VW) registrou um recuo de 1,4% nas vendas em 2013. Foram 40,8 mil veículos, ante 41,4 mil em 2012.

    Segundo Roberto Cortes, presidente da montadora, o desempenho das vendas de veículos pequenos, médios e pesados afetou o negócio.

    "A gente só entrou no mercado de extra-pesados em abril", afirma Cortes.

    O objetivo da montadora é elevar sua participação neste mercado dos atuais 7% para 25% ao fim deste ano, com a chegada de novos produtos no mercado brasileiro.

    Na avaliação do executivo, a propensão à compra de caminhões está melhor neste ano do que em 2013 e existe a expectativa de aumento das vendas com as obras da Copa do Mundo e das concessões.

    Com isso, ele espera uma alta de 5% a 7% em 2014.

    "Está todo mundo acompanhando o desempenho da economia neste início de ano e o cenário internacional, que parece melhor do que o do ano passado", diz.

    Outro fator que são os juros públicos para a compra de caminhões, que, apesar da alta de 4% para 6% em 2014, continuam subsidiados.

    AUTOMÓVEIS

    Os dados de vendas de automóveis e veículos comerciais leves serão divulgados hoje e a expectativa de analistas é que apontem resultado negativo. Até novembro, as vendas caíam 1,5%. Houve recuperação em dezembro, na reta final de mais um aumento do IPI, mas incapaz de reverter o saldo do ano.

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