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    Nissan anuncia fábrica de motor no Rio e vê queda nas vendas como algo provisório

    MARIANA SALLOWICZ
    ENVIADA ESPECIAL A RESENDE (RJ)

    06/01/2014 15h18

    Em uma estratégia para reforçar a sua presença no Brasil, a Nissan anunciou nesta segunda-feira (6) a construção de uma fábrica de motores em Resende, no Rio, com investimentos de R$ 140 milhões.

    Apesar da queda nas vendas de carros de passeio e comerciais leves do setor em 2013, a primeira desde 2003, o presidente mundial da Nissan, Carlos Ghosn, afirma que o potencial do mercado brasileiro está intacto.

    "Sempre que tem uma queda de mercado há uma preocupação, isso é normal. Mas a nossa conclusão é que trata-se de algo provisório", disse.

    Segundo ele, análises sobre o mercado brasileiro apontam que em 2014 deve ocorrer um crescimento moderado dessa indústria. A empresa ainda não fechou as suas projeções oficiais.

    O executivo afirmou que o Brasil é um mercado estratégico para a Nissan. De acordo com a Fenabrave (entidade das concessionárias), a empresa tinha 2,2% de participação no Brasil em 2013. "Nosso objetivo em 2016 é de ficar com mais de 5%", afirmou.

    Para Ghosn, o país tem um grande potencial, uma vez que a taxa de motorização do brasileiro "ainda é muito baixa".

    FÁBRICA DE MOTOR

    A unidade, que será integrada à fábrica de veículos que a empresa japonesa está construindo na cidade fluminense, terá capacidade de produzir até 200 mil motores por ano, informou Ghosn.

    A inauguração está prevista para o primeiro semestre deste ano, quando a fábrica de veículos também deve entrar em atividade. Serão feitos o Nissan March e Nissan Versa no local. Entre a fábrica de veículos e a de motores, o investimento total será de R$ 2,6 bilhões, com recursos próprios. A empresa, diz Ghosn, não recorreu ao BNDES porque tinha recursos em caixa e quis dar agilidade ao processo de construção.

    "Caixa não é um problema da empresa, isso não significa que dinheiro competitivo não é importante. Mas a arbitragem aqui foi feita entre rapidez e custo".

    Atualmente, há 1.500 funcionários em treinamento na fábrica. O total de trabalhadores chegará a 2.000 ao final do ano. O setor de motores tem 200 empregados.

    O presidente disse ainda que a decisão de construir a fábrica ocorreu há alguns anos, mas seria mantida caso tivesse que ser feita hoje. "A decisão de fazer uma fábrica leva em conta não [o cenário] de um, dois, três anos, mas talvez dos próximos 20 anos. Não temos nenhuma dúvida de que o mercado brasileiro vai continuar a evoluir".

    Atualmente, a Nissan compartilha uma fábrica com a Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, onde é feita a picape Frontier.

    Inicialmente, serão produzidos motores 1.6 16V flexfuel, com 111 cavalos de potência, que irão equipar os veículos produzidos pela empresa no Brasil. Com a produção, a Nissan busca atender às exigências de nacionalização.

    A repórter MARIANA SALLOWICZ viajou a convite da Nissan.

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