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    Petrobras investe R$ 20,6 bi em gasolina menos poluente

    DENISE LUNA
    DO RIO

    07/01/2014 15h48

    Desde o primeiro dia do ano, a Petrobras está produzindo gasolina com baixo teor de enxofre, comparáveis às comercializadas nos Estados Unidos e Europa.

    Os investimentos da empresa para adaptar as suas refinarias nos últimos oito anos para o novo produto somaram R$ 20,6 bilhões, informou o gerente de soluções comerciais e desenvolvimento de produtos do abastecimento, Frederico Kremer.

    Kremer substituiu o diretor da área de Abastecimento, José Carlos Cosenza, na divulgação do lançamento da nova gasolina, que acontece em meio a uma série de acidentes nas refinarias da Petrobras.

    Nos últimos dois meses, pelos menos seis ocorrências sem vítimas fatias foram registradas. Kremer não quis comentar o assunto, afirmando apenas que os acidentes não afetaram a produção da companhia.

    CUSTOS

    De acordo com Kremer, apesar dos pesados investimentos, o custo da nova gasolina não será repassado ao consumidor.

    "Construímos nos últimos oito anos 21 novas unidades nas refinarias para reduzir o enxofre e melhorar a qualidade da gasolina, mas nossa política de preço para combustíveis não muda", disse o executivo.

    A Petrobras tem os preços da gasolina e do diesel controlados pelo governo.

    Atualmente, os preços dos dois combustíveis, que correspondem a mais da metade da receita da companhia, estão com defasagem em torno dos 15% em relação aos praticados no mercado internacional.

    BENEFÍCIOS

    Kremer explicou que o uso da gasolina mais limpa reduz em 94% a emissão de enxofre no ambiente, só é eficiente em motores produzidos a partir de 2009. Se colocada em carros antigos, o efeito não é percebido, explicou Kremer.

    O motorista não perceberá mudanças como melhora no desempenho ou diminuição significativa no consumo, mas a gasolina com menor teor de enxofre trará vantagens como a redução dos gastos com manutenção.

    O combustível classificado como S-50 evita a formação de resíduos nas câmaras de combustão do motor e nas válvulas, que, em médio e longo prazos, causam perda de desempenho, maior gasto de gasolina e, em situações extremas, podem levar a uma pane mecânica.

    Outra vantagem é o melhor aproveitamento das tecnologias mais atuais de alimentação do motor, como a injeção direta de combustível. Nesse caso, poderá haver redução de consumo.

    "A tendência é que aos poucos toda a frota seja modernizada e o uso da gasolina S-50 aumente", avaliou.

    HISTÓRICO

    Até 2003, a Petrobras produzia a gasolina S-800, ou seja, com emissão de 800 ppm (partes por milhão) de enxofre, que é representado pela letra S na tabela periódica.

    A nova gasolina emite 50 ppm, e, além da redução do enxofre diminui em até 60% a emissão de óxidos de nitrogênio, em 45% o monóxido de carbono e em 55% os hidrocarbonetos aromáticos.

    O primeiro passo para melhorar a qualidade da gasolina no Brasil foi dado em 1989, com a retirada do chumbo da composição do produto. Em 1993 foi introduzido um tipo de diesel menos poluente, o chamado diesel metropolitano.

    Em 1995 a empresa começou a produzir gasolina Premium e em 1999 gasolina para os carros de Fórmula 1. Em 2005 foi iniciada a produção de diesel S- 500 (500 ppm) e em 2009 de diesel S-50 (50 ppm), substituído pelo diesel S-10 (10 ppm), em 2013.

    Atualmente no Brasil estão sendo comercializados os diesel S-500 (para caminhões antigos) e S-10 (caminhões a partir de 2009) e a gasolina S-50, informou Kremer.

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