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    Petrobras e Vale caem mais de 2% e puxam Bolsa brasileira para baixo

    DE SÃO PAULO

    07/01/2014 18h19

    Pressionado pelo desempenho ruim de Petrobras e Vale, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta terça-feira (7) em queda de 1,07%, a 50.430 pontos.

    "O Ibovespa operou em alta no início do dia, acompanhando os mercados internacionais, mas mudou de tendência pela tarde diante da cautela dos investidores em relação a um possivel corte na nota soberana do Brasil", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

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    Essa perspectiva, segundo Machado, influenciou na queda das ações mais negociadas de Petrobras (-2,77%) e Vale (-2,15%) no dia. Juntos, esses dois papéis representam mais de 16% do Ibovespa.

    "É natural que, em um movimento de queda, as principais ações do mercado brasileiro sofram mais", diz. Segundo ele, o mercado segue cauteloso em relação ao desempenho da economia brasileira.

    Ontem, a agência de classificação de risco Moody's decidiu manter inalterada a nota soberana do Brasil em "Baa2", com perspectiva estável. A agência, no entanto, afirmou que o país tem flexibilidade fiscal limitada e que o principal desafio das finanças públicas brasileiras é o aumento persistente dos gastos correntes.

    No exterior, as Bolsas europeias fecharam em alta após o desemprego na maior economia da região, a alemã, ter caído inesperadamente em base ajustada sazonalmente em dezembro, na primeira queda desde julho. O número de pessoas sem trabalho diminuiu em 15 mil, para 2,965 milhões, a maior redução em dois anos.

    Os mercados de ações nos Estados Unidos também caminhavam no campo positivo, diante de sinais de fortalecimento econômico. O deficit comercial do país foi o menor em quatro anos em novembro, ampliando o otimismo dos investidores. A cifra teve queda de 12,9%, para US$ 34,3 bilhões –menor deficit desde outubro de 2009.

    Ainda nos EUA, o Senado americano aprovou na noite de ontem o nome de Janet Yellen para presidir o Federal Reserve, banco central daquele país. Yellen é apontada como conservadora e defende que os estímulos econômicos sejam retirados com cautela, à medida em que o mercado de trabalho americano demonstre melhora.

    "A retirada gradual dos estímulos nos EUA é importante porque ameniza o impacto negativo da redução da oferta de dólares –e investimentos– nos mercados emergentes", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho. "Ela vai manter a política que o Fed vem fazendo nos últimos anos com seu presidente Ben Bernanke, o que agrada o mercado", acrescenta.

    DÓLAR

    No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em leve queda de 0,22% em relação ao real, cotado em R$ 2,372 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou praticamente estável, com leve alta de 0,04%, a R$ 2,378.

    A moeda americana se manteve em queda de mais de 0,5% durante quase todo o dia, mas amenizou a baixa perto do fim dos negócios em meio às especulações sobre um possível corte na nota soberana do Brasil em 2014, que poderia reduzir a entrada de investimentos estrangeiros no país e pressionar a cotação do dólar.

    O Banco Central realizou pela manhã um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A operação estava prevista em seu plano de intervenções diárias no câmbio. Ao todo, o BC vendeu 4 mil contratos com vencimento em 2 de maio de 2014, por US$ 199,2 milhões.

    Folhainvest

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