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    Diretor da agência S&P diz que Brasil pode ser rebaixado em ano eleitoral

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    08/01/2014 10h32

    A ameaça de rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil voltou a ser destaque no mercado ontem após declarações de um diretor da agência S&P de que a piora poderia acontecer neste ano.

    Em encontro com jornalistas em Nova York, Joydeep Mukherji afirmou que a S&P não vai atar as mãos por causa da eleição no Brasil. Ele reafirmou que o rebaixamento poderia acontecer antes ou depois do pleito e seria de um nível.

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    O mercado reagiu negativamente à possibilidade de um corte ocorrer ainda no primeiro semestre de 2014, o que pesou sobre a Bolsa brasileira, que fechou em queda de 1,07% ontem, na contramão dos índices internacionais.

    A classificação do risco Brasil está em BBB, dentro do nível de "grau de investimento", selo de bom pagador obtido em maio de 2008. Em meados do ano passado, a agência afirmou que a nota poderia ser rebaixada num período de dois anos.

    Mais tarde, em entrevista à Folha por telefone, Mukherji esclareceu que a declaração dada em Nova York não significava que a agência pretende fazer o rebaixamento antes das eleições. Expunha apenas o procedimento da S&P que possibilitaria a mudança mesmo durante o processo eleitoral, segundo ele.

    "Me perguntaram se isso poderia acontecer antes da eleição. Eu disse que sim, assim como pode acontecer depois. Não há 'deadline' artificial para esta ação", afirmou. "É importante frisar que as premissas da S&P para o Brasil não mudaram desde meados de 2013. Não há novidade", acrescentou.

    As notas concedidas pelas agências de classificação são uma espécie de selo de qualidade que indicam os riscos de uma economia dar calote.

    As ameaças de piora na classificação do Brasil tiveram início no ano passado. Os analistas citam uma deterioração dos dados brasileiros, em especial a relação da dívida do governo em relação ao PIB, e a perda de credibilidade da condução da política econômica.

    Também nesta semana, a Moody's, outra agência de classificação de risco, fez um comentário sobre a situação brasileira. Em comunicado divulgado na segunda-feira, os analistas estimaram um crescimento de 2% para o país neste ano, abaixo do potencial de 3% pela agência.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O texto citou flexibilidade fiscal limitada, diante de uma estrutura de gastos rígida e a cara de juros pesadas do país. Para a agência, o primeiro semestre deste ano será um indicativo de como se comportará a economia em 2015, ano que servirá de base para avaliação da nota.

    Em setembro de 2013, a Moody s alterou a perspectiva de classificação do Brasil, em Baa2 na escala da agência, de positivo para estável, uma vez que o baixo crescimento atrapalhou o processo de melhora de uma série de indicadores fiscais e econômicos.

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