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    Bolsa fecha no azul, em dia de ajuste e expectativa por BC dos EUA

    DE SÃO PAULO

    08/01/2014 17h46

    O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta quarta-feira (8) em alta de 0,29%, a 50.576 pontos, em um movimento de ajuste à queda de 1% registrada ontem e com os investidores em ritmo de espera pela ata da última reunião do Fed, banco central dos Estados Unidos.

    Com o mercado brasileiro já fechado, o Fed divulgou a ata da sua última reunião de política monetária, realizada no mês passado, quando a autoridade decidiu reduzir a injeção de recursos na economia dos EUA de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões por mês, através da recompra de títulos públicos.

    As Bolsas europeias também estavam fechadas –terminando o dia perto da estabilidade– e as americanas, ainda abertas, não mudaram de tendência após a divulgação –com os índices S&P e Nasaq oscilando perto da estabilidade de Dow Jones em leve queda. Às 18h36, o S&P caía 0,2%, o Nasdaq subia 0,03% e o Dow Jones caía 0,6%.

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    O documento mostrou que os membros do Fed defendem cautela no processo de redução do estímulo, mas estão confiantes na retomada dos EUA e na melhora das condições do mercado de trabalho. O programa deve ser encerrado na segunda metade deste ano.

    "O conteúdo da ata veio neutro. Não trouxe surpresas. Por isso, o impacto sobre a Bolsa brasileira deve ser limitado amanhã", diz João Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos.

    Para Brügger, o tom de cautela dos membros do Fed reforça a perspectiva de que a retirada do estímulo será gradual e que o aumento na taxa de juros americana deve ficar apenas para 2015.

    Ainda nos EUA, os investidores avaliaram a notícia de que o setor privado do país abriu 238 mil postos de trabalho em dezembro, mais do que o esperado e registrando a melhor leitura em 13 meses. O aumento de empregos de novembro foi revisado para 229 mil, ante resultado anterior de 215 mil.

    No Brasil, nem mesmo com o câmbio mais favorável a indústria conseguiu sustentar a tendência de recuperação de outubro e registrou queda de 0,2% em novembro, na comparação com o mês anterior. A retração foi ditada pelo setor automotivo.

    "O resultado corrobora a perspectiva de deterioração da economia brasileira. Não estamos conseguindo manter uma sequência de indicadores positivos. Pelo contrário, a maioria dos dados tem sido ruim, o que prejudica a Bolsa", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

    As units (conjunto de ações) do Santander subiram, após o banco ter informado ontem que restituirá os acionistas no processo de sua reestruturação de capital em 29 de janeiro. A operação remunerará os acionistas em R$ 6 bilhões. A alta dos papéis foi de 2,55%.

    O avanço da Bolsa também foi sustentado pela alta das ações com maior peso no Ibovespa. Os papéis mais negociados de Petrobras e Vale, por exemplo, subiram 0,19% e 0,58%, respectivamente, depois de terem fechado ontem com perdas de mais de 2%. Já as ações do Itaú Unibanco, terceira mais representativa no Ibovespa, avançou 1,57%.

    CÂMBIO

    No câmbio, a quarta-feira também foi de ajuste. Depois de cair três dias seguidos, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,75% em relação ao real, cotado em R$ 2,389 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,50%, a R$ 2,390.

    O fluxo cambial, entrada e saída de moeda estrangeira do país, registrou deficit de US$ 12,261 bilhões em 2013, o pior resultado desde 2002, em um sinal de que as saídas de recursos devem continuar e colocar mais pressão de alta sobre a cotação do dólar em relação ao real.

    "O número apenas confirmou o que todo mundo já esperava. Com a economia ruim do Brasil e a perspectiva de retirada dos estímulos nos EUA, o fluxo cambial no ano não poderia ser diferente", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    Segundo Galhardo, a tendência de saída de dólares do Brasil, assim como dos demais mercados emergentes, deve continuar em 2014, na esteira da recuperação da economia dos Estados Unidos. "Isso, aliado à menor oferta de dólares pelo Fed e pelo Banco Central do Brasil, mantêm a pressão de alta sobre o dólar neste ano", completa.

    O Banco Central realizou pela manhã um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A operação estava prevista em seu plano de intervenções diárias no câmbio. Ao todo, o BC vendeu 4 mil contratos com vencimento em 2 de maio de 2014, por US$ 199,2 milhões.

    Folhainvest

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