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    Às vésperas da safra, plano contra caos em Santos ainda tem problemas

    INGRID FAGUNDEZ
    TATIANA FREITAS
    DE SÃO PAULO

    09/01/2014 03h00

    A Companhia Docas do Estado de São Paulo e a Secretaria estadual de Transportes anunciaram plano para evitar que repitam neste ano as filas de caminhões em direção a Santos (SP) que marcaram a safra da soja em 2013.

    O ponto central do plano é a fiscalização do agendamento obrigatório da chegada dos veículos aos terminais. Porém, hoje não há estacionamentos suficientes para abrigar os caminhões, em um ano em que a safra de soja deve ser recorde. O transporte do grão começa a ficar forte a partir do mês que vem.

    Hoje, os terminais já precisam determinar as datas de chegada e saída dos veículos, mas não existe um controle efetivo. A proposta para este ano é identificar, por meios eletrônicos, as placas dos caminhões e, assim, confirmar se os agendamentos estão sendo cumpridos.

    A concessionária da rodovia fará o acompanhamento do tráfego e avisará a Codesp em caso de descumprimento.

    Mas a responsabilidade por "segurar" o caminhão será do terminal, que deverá orientar o motorista a voltar ao pátio e esperar o horário marcado. Se isso não ocorrer, o terminal poderá ser multado ou sofrer outras punições.

    O problema é que não há estacionamentos suficientes para os caminhões que transportam a soja, que neste ano pode chegar ao recorde de 90 milhões de toneladas.

    E os novos pátios que a Codesp anunciou ontem dificilmente ficarão prontos a tempo -a estatal ainda avalia terrenos candidatos a receber os estacionamentos.

    "Não é de uma hora para outra que se constrói um pátio com as instalações necessárias para atender toda a demanda", diz Nicolau Bissoni, dono da Transportadora Botuverá, de Mato Grosso.Os pátios precisam ter banheiro, refeitório e alojamento.

    O superintendente da Codesp, Oswaldo Barbosa, admite que faltou agilidade na execução do projeto em 2013, mas diz que toda a estrutura necessária para evitar filas estará pronta até o dia 30.

    A Folha apurou, no entanto, que grandes usuários do porto não foram chamados para elaborar a versão final do projeto, participando apenas de conversas iniciais. Alguns não estão cientes das mudanças programadas, o que pode gerar atrasos.

    Para Edeon Vaz Ferreira, diretor do Movimento Pró-Logística da Aprosoja (associação dos produtores de soja de Mato Grosso), o plano não resolve o gargalo, só muda o problema de lugar.

    "A carga vai ficar represada na origem. Como não temos locais adequados para segurar o produto, o caminhão vai virar armazém", diz.

    Ele diz, porém, que o maior rigor no controle do agendamento pode diminuir as filas. Para ele, projeto parecido foi adotado no porto de Paranaguá (Paraná) com sucesso nos dois últimos anos.

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