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    Saiba investir em cenário de inflação em alta

    ANDERSON FIGO
    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    10/01/2014 12h15

    O índice que mede a inflação oficial no Brasil (o IPCA) avançou 5,91% em 2013, e especialistas mantêm a expectativa de que o Banco Central dará continuidade ao processo de alta dos juros, iniciado em abril, com o objetivo de conter os preços no longo prazo.

    Com os juros em alta, as aplicações em renda fixa –como o Tesouro Direto, por exemplo, que tem papéis que remuneram levando em conta a Selic– ficam mais atraentes.

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    A Selic maior deixa o cenário propício para que o investidor troque os papéis prefixados por pós-fixados. Os títulos prefixados, como as LTNs (Letras do Tesouro Nacional), têm uma rentabilidade predeterminada. Ou seja, quem aplica já sabe quanto receberá no vencimento do contrato.

    Nos pós-fixados, como as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional da Série B), a remuneração não é definida de antemão, mas é possível saber o ganho real (acima da inflação) ao final do período já que o papel está atrelado ao IPCA (indicador oficial da inflação no Brasil).

    Para o planejador financeiro Valdir Carlos Jr., as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) são boa opção de pós-fixados, pois o rendimento é atrelado à própria Selic.

    "Isso já garante um juro real interessante, além de ser um título conservador. As LFTs têm liquidez semanal, baixa volatilidade e rende mais do que a poupança ou alguns fundos de renda fixa no mercado", diz.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Por outro lado, o aperto no crédito freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo na Bolsa.

    Mesmo assim, especialistas lembram que também há boas oportunidades no mercado de ações, mas é preciso garimpar as melhores opções.

    "Os projetos de infraestrutura, por exemplo, estão sendo acelerados para a Copa do Mundo e a Olimpíada. As empresas de infraestrutura, então, aparecem como boa alternativa. Muitas concessões de rodovias, por exemplo, estão sendo realizadas. E são projetos que duram 30 anos. É bastante tempo", diz Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global.

    "Outro setor que apresentou desempenho bom nos últimos anos, a despeito da economia mais enfraquecida, foi educação. O governo tem estimulado o crescimento desse setor, com programas de acesso das camadas mais humildes da sociedade às universidades. Isso tem ajudado a sustentar os lucros dos grandes grupos educacionais do país", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.

    Em 2013, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu 15,5%. As ações da Estácio e da Anhanguera (ambas do setor de educação), por exemplo, acumularam ganhos de 47,6% e 29,3%, respectivamente, no mesmo período.

    "É importante lembrar o investidor que, antes de comprar qualquer ação, deve-se avaliar os fundamentos de cada empresa, o cenário para o setor que ela está inserida e as perspectivas de especialistas sobre ela. É recomendável que se peça ajuda às corretoras ou bancos para isso", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.

    Os juros ainda devem subir um pouco mais porque "a alta da Selic é uma medida que começa a fazer efeito em cinco ou seis meses, pelo menos", diz Paulo Gala, economista da Fator Corretora.

    Após seis altas seguidas, a Selic está em 10% ao ano, e as apostas são de novo aumento na semana que vem. Parte do mercado vê uma nova elevação de 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano, enquanto outra parcela aposta num aumento mais modesto, de 0,25 ponto percentual, levando a Selic a 10,25% ao ano.

    Folhainvest

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